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Estado de Minas

A um ano da Copa, pre�os no Brasil j� assustam


postado em 11/06/2013 13:58 / atualizado em 11/06/2013 14:20

Beber uma �gua de coco na praia ainda � um pequeno prazer acess�vel no Brasil. J� ir ao restaurante, se hospedar num hotel ou viajar pelo pa�s virou luxo. A um ano da Copa do Mundo, os pre�os est�o entre os mais caros do mundo.

Porta de entrada do turismo no Brasil, com sua bela ba�a, suas praias, o P�o de A��car e o Cristo Redentor, o Rio de Janeiro est� no epicentro de grandes eventos que v�o ditar a vida do Brasil nos pr�ximos tr�s anos. Mas uma consequ�ncia n�o � t�o agrad�vel para turistas e, sobretudo, para cariocas: a incr�vel escalada dos pre�os.

A "cidade maravilhosa" tem uma agenda in�dita. Ela se prepara para acolher tr�s partidas da Copas das Confedera��es (15 a 30 de junho), inclusive a grande final no novo Maracan�. Em seguida, recebe a Jornada Mundial da Juventude cat�lica, que contar� com a presen�a do Papa, no final de julho. Em 2014, ser� a vez da Copa do Mundo e, em 2016, dos Jogos Ol�mpicos.

O Rio � hoje a terceira cidade com os hot�is mais caros do mundo. Um quarto custa em m�dia 246,71 d�lares, mais caro do que em Nova York (US$ 245,82) e Paris (US$ 196,17), de acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), publicado na semana passada.

Tudo � mais caro, menos cigarro

Victor Mameaux e Damien Lambrecht, dois parisienses de 32 anos, acabam de passar 15 dias na cidade, onde pagaram 1.000 euros para alugar um apartamento de 20 m2 em Copacabana. Os bairros de Ipanema e Leblon s�o ainda mais caros.

"Chegamos na cidade com os velhos clich�s em mente: 'Rio, cidade barata e perigosa', mas � exatamente o contr�rio", declarou Victor � AFP. "Num restaurante de Ipanema, no almo�o, eu paguei 30 euros por uma feijoada sem bebida. Isso � mais caro do que eu pago em Paris", continuou.

Em dez anos, os pre�os aumentaram 140%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). "Tudo � caro, menos o cigarro", resumiu Damien. Ao contr�rio do que se pensa, os dois parisienses n�o se sentiram inseguros, nem mesmo na favela que visitaram, o morro Dona Marta, a primeira a ser "pacificada" pelas autoridades, em 2008.

D�lar supervalorizado, oferta limitada

Para o presidente da Embratur, Fl�vio Dino, a explos�o dos pre�os � ligada inicialmente � uma mudan�a: "Os pre�os est�o inflacionados em fun��o do real estar supervalorizado em rela��o ao d�lar", mas tamb�m por causa da oferta limitada numa �poca de grande demanda tur�stica. "A infraestrutura n�o est� � altura de um mercado de consumo em massa", declarou Dino.

O Brasil paga o pre�o do progresso: o crescimento e os programas sociais tiraram 40 milh�es de brasileiros da mis�ria na �ltima d�cada, e eles est�o consumindo cada vez mais. Por�m, quase tudo se paga no cr�dito, em dez vezes ou mais, seja por um par de sapatos ou implantes de silicone. O governo quer fazer da Copa do Mundo uma alavanca de desenvolvimento nas 12 cidades sedes, todas com voca��o tur�stica.


"Temos que aumentar a oferta hoteleira e tamb�m de companhias a�reas para estimular a concorr�ncia", explicou Dino. Nos �ltimos dez anos, o n�mero de passageiros mais que dobrou nos voos nacionais, chegando a 100 milh�es. Internacionalmente, s�o seis milh�es, n�mero que deve chegar a dez milh�es at� 2020. Um plano de moderniza��o dos aeroportos, obsoletos e saturados, foi posto em pr�tica pelo governo e quatro bilh�es de d�lares foram investidos na infraestrutura hoteleira.

N�o matar a galinha dos ovos de ouro

"O Brasil � um destino custoso e viajar dentro do pa�s � algo muito caro porque vivemos uma situa��o de monop�lio, com basicamente duas companhias a�reas, TAM e Gol. � um obst�culo para o turismo", lamentou Daniel Pla, professor da Funda��o Get�lio Vargas e especialista em marketing.

Assim, seguir uma equipe por diversas cidades pesar� no bolso do torcedor. "Ir do Rio � Fortaleza sai t�o caro quanto ir � Miami. O governo precisa quebrar esse monop�lio", afirmou Del Pla. O Rio de Janeiro ficou "especialmente caro" desde que foi escolhido em 2009 como sede dos Jogos Ol�mpicos. Nas outras cidades, como Fortaleza, Recife e Salvador, os pre�os s�o mais moderados.

No Rio, o setor hoteleiro investiu cerca de 1,5 bilh�o de d�lares na constru��o de 250 novos hot�is para passar dos 30.000 quartos oferecidos hoje para 50.000 em 2016. O Minist�rio do Turismo promete vigiar os pre�os dos hot�is, mas o presidente da Embratur descarta "qualquer interfer�ncia do governo, a n�o ser em casos de abusos".

"O problema � depois de 2016. O Brasil n�o pode ser visto como um destino caro, sen�o vamos matar a galinha dos ovos de ouro para as pr�ximas d�cadas", avisou o presidente da Embratur.


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