Ap�s uma semana dominada pelo nervosismo em neg�cios com a��es e t�tulos do Tesouro, deflagrado com a piora das avalia��es de cr�dito do pa�s e o parcial sucesso do governo em conter a tend�ncia de alta do d�lar, os mercados reabrem hoje sob as mesmas press�es dos �ltimos dias e, ainda, com outras trazidas pelo calend�rio. Investidores e analistas est�o ansiosos pela divulga��o de �ndices locais de infla��o e, sobretudo, pelo an�ncio de rumos da pol�tica monet�ria dos Estados Unidos.
O grau das oscila��es da Bolsa de Valores de S�o Paulo (BM&FBovespa), que perdeu 19% no acumulado do ano, e do c�mbio depender�, em boa parte, das not�cias na economia norte-americana. O d�lar encerrou a semana passada em alta, acompanhando as flutua��es no exterior e impactado pela fuga de capitais. A divisa norte-americana fechou sexta-feira em R$ 2,148, uma valoriza��o semanal de 0,72%.
Nesta segunda-feira, o d�lar comercial abriu perto da estabilidade, a 2,1477 para a venda. Por volta das 11h (hor�rio de Bras�lia), a moeda subia 0,21%, cotada a R$ 2,153. J� o principal �ndice acion�rio da Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa) subia 1,38%, a 50.011 pontos. Na sexta-feira, a Bolsa fechou em queda de mais de 2%, terceira baixa semanal seguida, diante das incertezas sobre o futuro das economias mundiais. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 2,15%, a 49.332 pontos.
A perspectiva global � de que Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), apresente nesta quarta-feira detalhes sobre a estrat�gia do �rg�o para a retirada dos est�mulos financeiros aos investidores. O mercado come�a, assim, a operar no escuro para lidar com o maior risco aos pre�os das a��es, �s cota��es de moedas e �s taxas de juros em n�vel global. "Apertem os cintos, pois haver� sacolejos", avisa Jankiel Santos, economista chefe do Banco Esp�rito Santo (BES).
Dados divulgados recentemente sobre a maior economia do mundo indicam uma recupera��o do n�vel da atividade e do mercado de trabalho. Esses n�meros levaram diretores da autoridade monet�ria norte-americana a defender a redu��o mais acelerada do programa adotado nos �ltimos anos. Segundo Santos, esse quadro for�a as aten��es dos agentes do mercado a se virarem para a reuni�o do Fed, que come�a amanh�, al�m de acompanharem os n�meros sobre a performance de economias desenvolvidas.
Mas o economista ressalta que os dados de infla��o e de emprego no Brasil tamb�m dever�o refor�ar a impress�o da necessidade de continuidade na eleva��o da taxa b�sica de juros (Selic), como forma de proteger o real dos fatores externos de desvaloriza��o e conter a escalada inflacion�ria. Nesse sentido, as preocupa��es se concentram no IPCA-15, que ser� divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) e dever� estourar o teto da meta do Banco Central, de 6,5%.
"Praticamente qualquer indicador positivo pode levar o principal �ndice da Bovespa a um repique. Estamos em um momento de expectativas t�o ruins, que a agenda econ�mica perde um pouco o sentido", analisa Andr� Perfeito, economista-chefe da Gradual. Ele acredita que o indicador deve ter avan�o de 0,37%, acumulando 6,66% nos 12 meses.
Sinais confusos A mensagem a ser dada pelo Fed quanto � redu��o ou n�o dos est�mulos de US$ 85 bilh�es despejados na economia norte-americana mensalmente pode eliminar sinais confusos. O Comit� Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em ingl�s), equivalente ao brasileiro Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), parece dividido, a julgar pelos pronunciamentos de seus dirigentes regionais. O excesso de declara��es p�blicas em um prazo curto de tempo n�o reduziu ansiedades, pelo contr�rio. Para piorar, as f�rias de ver�o nos EUA favorecem os saques de investimentos em pa�ses emergentes.