O ritmo de crescimento da economia brasileira permanece abaixo do esperado e aponta para um ano de "expans�o moderada", aponta a "Carta de Conjuntura no. 19", divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea). O instituto afirma que a infla��o continuar� pressionando o consumo no segundo semestre e descarta uma contribui��o positiva do setor externo para alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).
Ao analisar os fatores que estariam contendo a expans�o da atividade econ�mica, o documento destaca a turbul�ncia no cen�rio internacional para concluir que "s�o pequenas as chances de o pa�s poder contar, nesse momento, com uma contribui��o positiva do setor externo para alavancar o crescimento".
A s�ntese da Carta de Conjuntura destaca que a recess�o na Europa e a desacelera��o do crescimento na China pesam negativamente sobre a pauta de exporta��es do Pa�s, composta sobretudo por commodities. Al�m disso, os efeitos da situa��o mundial come�am a aparecer no balan�o de pagamentos.
Para o Ipea, n�o se pode associar a recente desvaloriza��o do real ante o d�lar ao aumento do d�ficit do balan�o. Em sua an�lise, o movimento reflete a realoca��o do portf�lio de investidores internacionais diante dos sinais de altera��o da pol�tica monet�ria americana.
O outro fator apontado pelo Ipea como crucial para o fraco desempenho da economia a curto prazo � a redu��o do �mpeto do consumo. A perda de f�lego � relacionada ao j� elevado n�vel de endividamento das fam�lias e � infla��o "persistente e disseminada, que reduz os ganhos reais de renda e aumenta o grau de incerteza". O Ipea frisa que a infla��o tem se mantido "persistentemente acima do centro da meta oficial" e que nos �ltimos meses voltou a encostar no teto (6,5%).
"Embora seja prov�vel que haja alguma desacelera��o da infla��o no segundo semestre do ano, o balan�o de riscos demonstra que n�o h� muita margem para descompress�o, at� porque os pre�os administrados j� v�m dando contribui��o positiva, com varia��o de 12 meses inferior a 2%", afirma o documento.
A "Carta de Conjuntura nº19" avalia que a decis�o do Banco Central de iniciar um ciclo de aperto monet�rio para conter o avan�o da infla��o reflete "o reconhecimento das limita��es da pol�tica monet�ria como instrumento impulsionador do crescimento econ�mico no atual contexto". O papel de est�mulo estaria reservado agora � pol�tica fiscal, mas o Ipea ainda n�o enxerga um diagn�stico conclusivo quanto efic�cia de seu expansionismo.
Apesar da conjuntura, o Ipea diz que diversos indicadores industriais - como a forte expans�o do setor de bens de capital at� abril (13,4%) - "levam a crer em uma expans�o moderada e ainda sujeita a flutua��es ao longo do ano, mas com tend�ncia positiva". O documento ser� comentado em entrevista coletiva nesta manh�, no Rio.