Bras�lia – O governo parece estar perdendo a guerra contra a infla��o, a despeito da promessa da presidente Dilma Rousseff de que a estabilidade econ�mica � um bem precioso do qual n�o abre m�o. A dissemina��o de reajustes contaminou tanto a ind�stria e o varejo que o Banco Central foi obrigado a rever, de 5,7% para 6%, a sua estimativa para o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. Assumiu, ainda, que o custo de vida ficar�, at� o primeiro trimestre de 2015, sistematicamente acima do teto da meta definida pelo Conselho Monet�rio (CMN), de 4,5%. Na melhor das hip�teses, a m�dia anual de infla��o no governo Dilma ser� de 5,9%.
Ao mesmo tempo em que elevou a previs�o para o IPCA – h� 29% de chance de o indicador estourar o teto da meta deste ano, de 6,5% –, o BC derrubou a proje��o de crescimento para este ano, de 3,1% para 2,7%, n�mero considerado extremamente positivo por t�cnicos do pr�prio governo, que j� falam em expans�o entre 1,5% e 1,9%, e pelo mercado financeiro. � justamente a escalada de pre�os que est� minando o ritmo da atividade, ao reduzir o poder de compra das fam�lias e inibir os investimentos produtivos. As empresas temem ampliar a oferta, mas, mais � frente, n�o terem para quem vender.
Apesar de enf�tico, o discurso de Hamilton n�o convenceu o mercado. Jankiel Santos, economista-chefe do Esp�rito Santo Investment Bank, disse ser praticamente imposs�vel que a infla��o chegue ao fim do ano em patamar inferior ao de 2012. “A n�o ser que a gente reze muito para S�o Pedro, e as condi��es clim�ticas puxem os pre�os dos alimentos para baixo, o custo de vida n�o ceder� t�o cedo”, assinalou.
SUPORT�VEL
Em meio � onda de desconfian�a que varre o pa�s com base na perversa combina��o de p�fio crescimento e infla��o em alta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a previs�o de alta de 6% para o custo de vida feita pelo BC est� dentro do suport�vel pela popula��o. Segundo ele, o importante � que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano abaixo do teto da meta fixada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN), de 6,5%. “A previs�o do BC significa que estaremos dentro da meta por mais um ano consecutivo.”
O ministro, que, um dia antes, havia sido atacado por parlamentares da oposi��o, que o acusaram de errar em todas as an�lises que faz da economia, tamb�m minimizou a previs�o menor de crescimento para este ano, de 3,1% para 2,7%, anunciada pelo BC. Ele afirmou que seu papel n�o � de fazer previs�es, apesar de trabalhar com um n�mero por quest�es or�ament�rias. “Quanto ao crescimento, existem v�rias previs�es feitas pelos especialistas no assunto. Alguns falam em 2,5%, outros em 2,7%, e outros em 3%”, comentou. Segundo Mantega, foi fixado, dentro do governo, a miss�o de perseguir uma meta de crescimento de 3% ao ano, inclusive em 2013.