O setor industrial era considerado pe�a-chave para um crescimento mais forte em 2013 diante do arrefecimento do setor de servi�os - motor da economia brasileira nos �ltimos anos. Mas a mudan�a de humor dos mercados nacional e internacional tem abalado a confian�a dos empres�rios, e levado as empresas a postergar e a desistir de projetos.
O setor de m�quinas e equipamentos - term�metro da ind�stria - sente os efeitos dessa lentid�o na retomada dos investimentos. O n�vel de utiliza��o da capacidade instalada est� em 73,97%, quando o ideal seria algo entre 86% e 90%. A carteira de pedidos � de 2,17 semanas, o menor n�vel da hist�ria, segundo a Associa��o Brasileira da Ind�stria de M�quinas e Equipamentos (Abimaq). Em setembro de 2008, no in�cio da crise financeira internacional, a carteira estava em 4,46 semanas.
Os indicadores s�o preocupantes porque revelam que h� uma grande ociosidade nas f�bricas, resultado de uma baixa demanda pela produ��o em um setor respons�vel por abastecer as ind�strias do Pa�s. “Nunca tivemos uma carteira de pedidos t�o baixa como em 2013”, afirmou Jos� Velloso, presidente executivo da Abimaq. “A situa��o mais cr�tica � a de produtos sob encomenda, principalmente os usados em infraestrutura.” Dos 30 subsetores, s� o de m�quinas agr�colas est� com crescimento expressivo.
De janeiro a maio, o setor de m�quinas e equipamentos faturou R$ 30,812 bilh�es, queda de 7,6% em rela��o ao mesmo per�odo de 2012. A importa��o tem uma parcela de responsabilidade nisso. Nesse per�odo, houve avan�o de 1,5%, para US$ 13,214 bilh�es. J� as exporta��es recuaram 16,4%, para US$ 4,444 bilh�es. “O grande problema � a perda de competitividade de toda a ind�stria de transforma��o”, disse Velloso.
O primeiro trimestre de 2013 at� trouxe boas not�cias: a Forma��o Bruta de Capital Fixo cresceu 4,6% ante o mesmo per�odo de 2012. Mas o cen�rio mudou. A infla��o em alta diminuiu o �mpeto do consumo. As manifesta��es deixaram o cen�rio pol�tico mais incerto, a confian�a do empres�rio come�ou a cair.
O �ndice de Confian�a do Empres�rio da Ind�stria (Icei), divulgado na semana passada, mensurou o tamanho do pessimismo com a economia brasileira. O indicador caiu 4,9 pontos, para 49,9 pontos em julho, n�vel mais baixo desde abril de 2009, no auge da crise internacional. “A atividade econ�mica n�o se materializou na intensidade que se esperava”, disse Fl�vio Castelo Branco, gerente executivo de pol�tica econ�mica da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).
Os empres�rios paulistas est�o ainda mais pessimistas. O Icei-SP registrou queda de 9,7% em julho. “O primeiro semestre foi abaixo daquilo que se esperava”, afirmou Jos� Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp). “A perspectiva de aumento de investimento se deteriorou muito nas �ltimas quatro semanas.”