
Os maiores de 60 anos movimentam ao ano mais de R$ 400 bilh�es no pa�s. Dos 22,3 milh�es de consumidores que comp�em essa popula��o, 17,8% est�o nas classes mais ricas (A e B) e 70,4% na chamada nova classe m�dia, segundo dados do Instituto Data Popular. De acordo com especialistas, a oferta voltada para essa faixa et�ria ainda � t�mida. Faltam produtos de fato desenhados para os mais velhos e quem consegue vencer a barreira pode se beneficiar.
“O mercado de produtos e servi�os para idosos ainda � restrito. E falta profissional capacitado, pois o estudo sobre envelhecimento � muito recente”, afirma a geront�loga Viviane Caf�. A especialista em envelhecimento diz que no Brasil, h� dez anos, n�o havia profissional capacitado para trabalhar com a terceira idade. A oferta passou a ocorrer com o aumento da expectativa de vida da popula��o. A m�dia de esperan�a de vida para os nascidos em 1980 era de 62,60 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Para quem nasceu em 2012, a m�dia passou para 73,95 anos e, em 2050, o IBGE prev� que a expectativa salte para 81,29 anos.
A terapeuta ocupacional Karla Oliveira, apostando no avan�o da faixa et�ria no Brasil, desenvolveu no haras Schwenck o projeto Equitaqualy para terceira idade, com participa��o de equipe multidisciplinar. Ela acredita que � medida que os benef�cios da pr�tica se tornarem conhecidos, sua demanda tem potencial para at� superar a capacidade m�xima de atendimento. O valor da mensalidade � pr�ximo de R$ 500, com sess�es uma vez por semana. Karla diz que o trato com os animais faz parte da hist�ria de muitos mineiros. Para a terapeuta, resgatar essa mem�ria em contato com a natureza e associada aos est�mulos r�tmicos e balan�antes da equita��o � um investimento tamb�m capaz de devolver ao aluno (pr�tica preventiva) ou ao paciente equil�brio, for�a, autoconfian�a e boa dose de qualidade de vida.
Seu Eurico se aposentou no setor financeiro, mas continua firme na ativa. Ele, que j� chegou a gerenciar equipe com mais de 100 funcion�rios, operando em renomadas institui��es do pa�s, considera que a atividade o acalma. “Quando crian�a, entre 10 e 12 anos de idade, costumava viajar para Curvelo e l� andava a cavalo. Acredito que o investimento financeiro compensa, traz um grande bem-estar.
Dan�a lucrativa
Marca registrada da terceira idade, a dan�a de sal�o ganha f�lego entre os maiores de 60, p�blico fiel e que n�o para de crescer. Elaine Reis, dona da academia P� de Valsa, em Belo Horizonte, treinou equipe especial de dan�arinos para animar os bailes de uma popula��o que corre do ch� de cadeira. Ela conta que, diante da grande demanda, formou equipes treinadas para atender os bailes da terceira idade em clubes e associa��es de aposentados e para animar anivers�rios de 80 anos. Ela oferece ainda o servi�o avulso, que custa R$ 140 por tr�s horas. “Geralmente tr�s aposentadas se unem e contratam um dan�arino para os ritmos espec�ficos. Sempre avisam o que querem dan�ar, como tango e bolero, e atendemos a todos. A popula��o que viveu os anos dourados gosta de dan�ar”, aponta.
Robson Naziazeno � professor de dan�a de sal�o e folcl�rica. Ele tem cerca de 96 alunos idosos, entre 65 e 92 anos. “A dan�a oferece aos idosos melhor condicionamento f�sico e revitaliza��o da autoestima”, afirma o professor. Com frequ�ncia, Naziazeno promove bailes para o conv�vio com outros grupos da terceira idade. Ele conta que nos �ltimos tempos tem dado prefer�ncia �s aulas nas pra�as da Liberdade, do Papa e da Pampulha. “� uma forma de propagar a dan�a de sal�o”, diz.
O valor mensal do curso, com duas aulas por semana, sai por cerca de R$ 180. “Os idosos est�o mais abertos para esse tipo de servi�o. Quando me procuram, querem se divertir. E o melhor lazer para a terceira idade � viajar e dan�ar. Eles se comunicam e trocam muitas informa��es durante as aulas”, observa o professor. Forr� e bolero s�o os ritmos preferidos pelos alunos.