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Estado de Minas

Governo tenta empolgar investidor para ferrovias


postado em 21/08/2013 08:31 / atualizado em 21/08/2013 08:57

O governo convocou tradings, mineradoras, produtores agr�colas e bancos de investimento para conversar e tentar empolg�-los com o programa de concess�o de ferrovias. A tarefa, por�m, � dura.

O desafio � superar as desconfian�as do setor privado em rela��o a dois problemas principais: um desenho financeiro ainda considerado incerto e os riscos que as empresas assumir�o ao se comprometer a construir, do zero, 11 mil km de ferrovias num prazo de cinco anos. E tudo isso para ter uma rentabilidade de, no m�ximo, 8,5% ao ano.

“Eles pediram apoio pol�tico”, contou o senador Blairo Maggi (PR-MT). “Para a gente se entusiasmar, chamar as empresas, mostrar que a carga existe.” Ele esteve na semana passada no gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, acompanhado de outros produtores da regi�o. A eles, ela afirmou que o governo tem muito interesse nesse programa.

Animados pela subida do d�lar e pela perspectiva de elevar suas receitas com as exporta��es, os produtores rurais prometeram ajudar. “Vamos dar o suporte necess�rio”, informou o senador. Em outras conversas, por�m, a rea��o foi mais fria. Al�m de pedir apoio aos produtores, o governo quer que tradings e mineradoras invistam nas novas ferrovias. “Precisamos estudar mais”, disse um executivo que veio a Bras�lia ouvir uma exposi��o do presidente da Empresa de Planejamento e Log�stica (EPL), Bernardo Figueiredo. O ideal para os usu�rios, explicou, seria ter a ferrovia pronta e operando a pre�os competitivos. “Mas, se n�o tiver outro jeito, vamos investir nelas.”

Perda de confian�a

A ministra chamou tamb�m os economistas de alguns bancos para convenc�-los da solidez do programa. O governo conta com investidores estrangeiros para financiar parte do Programa de Investimento e Log�stica (PIL). Gleisi ouviu, ainda, que o governo perdeu a confian�a do mercado devido � falta de transpar�ncia nas contas p�blicas. O pr�prio senador Maggi reconheceu que o ambiente econ�mico n�o � dos mais favor�veis � empreitada, principalmente por causa da desacelera��o da atividade.

Ao mesmo tempo em que tenta atrair novos investidores para as ferrovias, o governo faz ajustes no programa para diminuir resist�ncias. Os t�cnicos est�o encurtando os trechos ferrovi�rios que exigiriam investimentos muito grandes.


� o caso, por exemplo, da linha entre Mairinque (SP) e Rio Grande (RS), de 1,7 mil quil�metros, que custaria cerca de R$ 25 bilh�es. Ou do trecho Urua�u (GO) a Campos (RJ), mais 1,7 mil quil�metros a estimados R$ 28 bilh�es. Ou a liga��o entre Belo Horizonte e Salvador, que mobilizar� investimentos de R$ 12 bilh�es. “Isso � dinheiro em qualquer lugar do mundo”, comenta um construtor. Ele avalia que o fracionamento dos lotes dar� mais atratividade aos empreendimentos.

Menor retorno

Paralelamente, prosseguem as conversas entre governo e setor privado para elevar a estimativa de investimentos das novas linhas, como noticiado pelo Estado no dia 4. Potenciais investidores alegam que elas est�o subestimadas, o que equivale a dizer que a possibilidade de retorno � menor.

As empresas est�o inseguras porque, pelo modelo proposto, ficar�o encarregadas de construir e operar a linha e, uma vez conclu�da, vender�o 100% da capacidade de carga para a estatal Valec. Ela, por sua vez, a revender� a quem tiver carga para transportar.

Por um lado, isso afasta o risco de ociosidade das ferrovias. O concession�rio receber� sempre pela utiliza��o total. Mas a d�vida � o que acontece se a Valec ficar sem or�amento, for privatizada ou extinta. � o que o mercado chama de “risco Valec”. Para diminuir os riscos da constru��o, a EPL vai se encarregar de obter as licen�as ambientais para o in�cio das obras, tarefa que seria das empresas.


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