O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que at� agora o mundo n�o conseguiu
superar a crise de 2008, embora ela esteja no fim. "O Brasil � um dos pa�ses que pode crescer um pouco mais", destacou. "A perspectiva � de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, de forma gradual", apontou."A pesquisa Focus (do Banco Central) indica que a expans�o ser� de 0,8%", disse. Mantega apontou que no primeiro semestre a expans�o da economia mundial "n�o foi grande coisa" e a grande maioria dos pa�ses cresce menos do que pode, o que acontece tamb�m com os Estados Unidos e a China.
O ministro da Fazenda fez ainda uma avalia��o positiva sobre a economia da Europa neste segundo semestre e disse que essa melhora ajudar� os emergentes, grupo de pa�ses em que se encontra o Brasil. Mantega participa, em S�o Paulo, de reuni�o-almo�o organizado pelo Grupo de L�deres Empresariais (Lide).
De acordo com ele, � preciso ver se a economia europeia crescer� nos pr�ximos trimestres para poder dizer se a crise, de fato, passou. "Mas estamos vendo uma luz no fim do t�nel para a economia europeia", disse. Em rela��o � desvaloriza��o do real, Mantega disse que isso ocorre porque os juros do Tesouro dos Estados Unidos est�o subindo e isso faz com que os recursos procurem o mercado dos EUA.
Quest�o cambial
Mantega afirmou que, embora o real esteja entre as moedas que mais se depreciaram recentemente, o Brasil "n�o perdeu nenhum tost�o" das reservas internacionais. "Mas a desvaloriza��o desta forma n�o � positiva para ningu�m", destacou, referindo-se ao movimento excessivo de enfraquecimento do real ante o d�lar. Desde 26 de abril, o c�mbio registra uma deprecia��o nominal pr�xima de 20%.
Segundo o ministro da Fazenda, dependendo da dura��o do quadro cambial de desvaloriza��o, isso poder� trazer efeitos sobre os pre�os. Contudo, ele ponderou que esse fen�meno de repasse do c�mbio para a economia depende da realidade de cada pa�s. Ele qualificou como uma "minicrise" o movimento de fluxo de capitais de na��es emergentes para os EUA. "Temos mais reservas e menor d�vida p�blica do que em 2008", destacou.
"No Brasil, n�o est� ocorrendo sa�da de capitais. Melhoramos a conta financeira, que de janeiro a julho de 2013 somou US$ 58,9 bilh�es", afirmou. "Essa conta financeira vai ajudar a fechar as contas correntes neste ano", disse, ressaltando que h� a estimativa de um d�ficit de transa��es correntes de US$ 75 bilh�es para este ano, enquanto a conta financeira apresentaria um montante de US$ 83 bilh�es.
Mercado futuro
Mantega afirmou que o c�mbio no Pa�s est� sendo mais sens�vel ao movimento de fluxo de capitais de mercados emergentes para os EUA porque tem um mercado aberto que apresenta "mais liquidez e seguran�a", disse. "N�o � que ningu�m est� desconfiando do Pa�s. A peculiaridade da crise no Brasil � que nos afeta no mercado de derivativos e n�o no spot", disse. "Nossa a��o � no mercado futuro, no qual ocorre a press�o de valoriza��o do d�lar", completou.
Conforme o ministro, os pa�ses emergentes j� perderam cerca de US$ 150 bilh�es em reservas cambiais, sendo que no caso do Brasil n�o foi perdido "um �nico tost�o." Mantega destacou que as condi��es externas devem melhorar no curto prazo, pois ponderou que "a conta petr�leo e o com�rcio internacional "devem melhorar nos pr�ximos meses. "O Brasil foi o terceiro maior receptor de IED do mundo em 2012, ap�s EUA e China", comentou. "E neste ano deveremos estar repetindo esta situa��o", ponderou.