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Estado de Minas

Ind�stria interrompe marcha do crescimento brasileiro no terceiro trimestre

Cr�dito mais restrito e renda comprometida, reduzindo o consumo, fazem f�bricas pisar no freio. Setor recuou 2% em julho


postado em 04/09/2013 06:00 / atualizado em 04/09/2013 08:12

Bras�lia – A produ��o industrial desabou em julho e refor�ou as proje��es negativas para o comportamento da economia no terceiro trimestre, quando analistas acreditam que a atividade brasileira deve retroceder at� 0,5%. A forte queda em todas as categorias de uso – bens de capital, intermedi�rios e de consumo – resultaram num recuo total de 2% naquele m�s, anulando o crescimento de 2,1% registrado no m�s anterior. Entre fortes oscila��es, o setor insiste em se manter empacado, com uma irris�ria alta de 0,6% nos �ltimos 12 meses.

Os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) minaram de vez as poucas an�lises que sustentavam uma expectativa de retomada da ind�stria no in�cio deste segundo semestre. O recuo expressivo e disseminado – atingiu 15 dos 27 ramos pesquisados – foi o terceiro do ano. Antes, a produ��o j� havia apresentado retra��o significativa em maio (-2%) e em fevereiro (-2,4%). Desta vez, al�m de “devolver” o ganho do per�odo anterior, a perda de f�lego confirma a tend�ncia de ritmo mais fraco ao longo do ano.

Restri��es no acesso ao cr�dito e o comprometimento da renda dos brasileiros continuaram puxando o consumo das fam�lias para baixo, na an�lise do IBGE, o que atingiu em cheio o parque fabril. Com peso de 10% na produ��o industrial, o segmento de ve�culos automotores recuou 5,4% em julho. As ind�strias farmac�uticas, embora representem apenas cerca de 4% do total, tiveram a maior redu��o – 10,7% – e tamb�m contribu�ram bastante para o resultado negativo do m�s.

Para adaptarem a produ��o a uma demanda bem menor que a esperada, as f�bricas t�m feito paradas estrat�gicas em todo o pa�s, al�m dos ajustes no quadro de funcion�rios. Incertezas diante do mercado internacional deixam os industriais ainda menos otimistas. “N�o consigo ver melhora. Estamos sem poder de investimento”, diz Jos� Alves, h� 24 anos no ramo moveleiro. Na �ltima d�cada, o total de oper�rios comandados por ele reduziu de 400 para 150.

As queixas de Alves se assemelham a de tantos outros representantes do setor, e se intensificaram nos �ltimos anos. Ele reclama dos “impostos que estrangulam o setor” e da dificuldade de financiamento. Em Bras�lia, onde atua, a dificuldade para crescer � ainda maior. “N�o temos competitividade alguma”, lamenta ele, que j� comprou um terreno no Entorno goiano da capital do pa�s, com a inten��o de ter acesso a novos incentivos fiscais e, assim, reduzir despesas.

Na avalia��o do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o que mais preocupa neste momento � o baixo desempenho da produ��o de bens intermedi�rios, que envolve pe�as e equipamentos destinadas para a pr�pria ind�stria e representa quase metade do setor. A categoria apresentou o terceiro recuo consecutivo – taxas de -1,1%, -0,1% e -0,7% em maio, junho e julho – e deve comprometer o crescimento do setor e do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

A situa��o do “n�cleo” do setor industrial tamb�m chamou a aten��o do s�cio-diretor da Nobel Planejamento, Luiz Gonzaga Belluzzo. Para ele, as repetidas taxas negativas revelam a fragilidade que ainda prevalece na ind�stria brasileira. Outro ponto observado pelo economista � o decl�nio da produ��o de bens de capital (-3,3%), refletindo um processo de diminui��o dos investimentos, ao contr�rio do cen�rio do primeiro semestre.

GANHOS ANULADOS

O banco ingl�s Barclays, ao analisar os dados da ind�stria, reafirma que a atividade brasileira est� perdendo for�a no terceiro trimestre. O Ita� Unibanco destaca que as primeiras estat�sticas de agosto tamb�m sugerem “fraqueza”, o que leva a institui��o a projetar queda da produ��o industrial no per�odo. A economista do ABC Brasil Mariana Hauer descarta a possibilidade de o resultado de agosto ter sido melhor que o de julho.

A produ��o de julho em rela��o ao fim de 2012, apesar de todas as dificuldades persistentes enfrentadas pelo setor, mostra uma melhora de 1,1%. Mas o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, Andr� Macedo, lembra que os ganhos t�m sido anulados e que h� claros sinais de arrefecimento na produ��o. “Precisaremos acompanhar os pr�ximos dois meses, mas o setor industrial opera no terceiro trimestre em ritmo bem mais baixo que os anteriores”, compara.


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