Determinado a n�o comprar mais brigas ap�s o leil�o fracassado da BR-262 no Esp�rito Santo e Minas Gerais, o governo decidiu mudar a modelagem dos arrendamentos dos portos do Par�, cujo leil�o est� programado para novembro. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, informou que adotar�, pelo menos em parte, as sugest�es apresentadas pela C�mara de Log�stica do Minist�rio da Agricultura (CTLOG), que s�o distintas das elaboradas pela Secretaria de Portos (SEP).
Os produtores rurais estavam revoltados com o fato de o governo haver ignorado o projeto elaborado pela CTLOG para os portos do Par�, conforme noticiou o Estado no dia 12. No fim de agosto, eles chegaram a aprovar uma mo��o criticando a atitude do Executivo. Agora, por�m, o clima mudou, porque a not�cia que corre extraoficialmente � que o projeto da c�mara ser� totalmente acatado. A ministra Gleisi, por�m, n�o adiantou quais pontos ser�o adotados.
A principal diferen�a entre as duas propostas diz respeito ao terminal de Outeiro. L�, a CTLOG havia previsto tr�s �reas a licitar, ou seja, haveria tr�s terminais de gr�os. O projeto do governo, por�m, contemplava uma s�.
O setor se queixava muito tamb�m de o governo n�o haver previsto um terminal de fertilizantes no Porto de Santar�m, conforme sugerido pela c�mara. A medida era considerada fundamental para reduzir custos de transporte, j� que o porto � acessado pela BR-163 e os caminh�es que trazem os gr�os teriam a possibilidade de fazer a viagem de volta carregados de adubo.
Vis�es diferentes sobre a evolu��o da produ��o agr�cola e da log�stica explicam a diferen�a entre o projeto do governo e o da CTLOG para Outeiro. Enquanto os produtores querem um porto de grande capacidade, com embarque de 15 milh�es de toneladas ao ano, o governo planeja algo mais modesto, com 6 milh�es de toneladas, levando em conta que haver� tamb�m novos terminais portu�rios privados na regi�o.
Risco
Entre os t�cnicos, a avalia��o � que h� risco de ociosidade em Outeiro e isso representa custos. A interpreta��o � que a licita��o de tr�s terminais em vez de um interessa a um grupo de empresas que quer, no momento, apenas assegurar a presen�a no porto. O agroneg�cio, por sua vez, argumenta que a melhora na log�stica aumentar� fortemente a demanda pelos portos do chamado Arco Norte.
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