
Instalados em casar�es, os albergues, conhecidos internacionalmente como hostels, ganham a prefer�ncia do turista por oferecer espa�os comunit�rios e chance maior de intera��o entre os frequentadores. O p�blico � o mais variado: de mochileiros estrangeiros a estudantes, executivos e congressistas.
“O interesse do brasileiro por hostels est� crescendo. Antes, eles achavam que essa hist�ria de dividir o quarto e ter banheiro coletivo era coisa de europeu. Agora, j� est�o se acostumando”, afirma Jos� Flor�ncio da Silva Neto, dono do Minas Hostel, na Floresta. O albergue foi inaugurado em mar�o do ano passado e tem 16 quartos com su�tes individuais e quartos coletivos para seis e 10 pessoas. Neto, que � advogado, conta que decidiu montar o neg�cio porque tinha o im�vel e, na �poca, havia car�ncia de hostels na capital. “Depois abriram muitos”, diz. As di�rias no Minas Hostel custam a partir de R$ 39, com caf� da manh�, para quartos coletivos. O n�mero mais baixo de funcion�rios (cinco) ajuda a reduzir o custo do neg�cio, segundo Neto.
O Sorriso do Lagarto Hostel, no Bairro S�o Pedro, foi o pioneiro no ramo na capital. Inaugurado h� 10 anos, o albergue ocupa duas casas e conta com 17 quartos. H� quartos de casal e com capacidade para at� 12 pessoas. O valor da di�ria vai de R$ 35 a R$ 90, com caf�, roupa de cama e servi�o wi-fi. “Muitos h�spedes ficam aqui como ponto de apoio para conhecer as cidades hist�ricas”, diz Tatiana Cristina de Oliveira, dona do albergue.
A taxa de ocupa��o, diz, varia de 40% a 60% nos dias de semana e vai de 50% a 100% nos finais de semana. “Vem crescendo a procura por albergues. Al�m de ter ambiente atrativo, principalmente para jovens, � poss�vel fazer muitas amizades. � muito comum pessoas que viajam sozinhas e acabam conhecendo gente por aqui”, diz Tatiana.
De mochileira a dona de albergue, Nat�lia Farina abriu o Ginga Hostel, no bairro da Serra. Ela e a s�cia, formadas em turismo, montaram o empreendimento em novembro do ano passado. Em menos de um ano de opera��o, a taxa de ocupa��o varia de 60% a 70%. “A procura vem crescendo m�s a m�s. Belo Horizonte � um ponto de apoio para as cidades hist�ricas e Inhotim”, afirma Nat�lia. A di�ria no Ginga Hostel varia de R$ 40 (quarto coletivo) a R$ 110 (quarto de casal). No empreendimento h� dois h�spedes ingleses que s�o moradores, conta Nat�lia. “Aqui, o viajante tem a chance de conhecer pessoas do mundo inteiro e pagar menos”, diz.
No Hostel BH, no Carlos Prates, h� uma mexicano e uruguaio que moram no empreendimento. A di�ria tem pre�os a partir de R$ 30. S�o 17 quartos e tr�s su�tes, com capacidade de quatro a 15 pessoas. O albergue foi aberto h� um ano e meio e conta com taxa de ocupa��o de 70%. A maior parte do p�blico � de mochileiros, estudantes e congressistas de igrejas. “O forte do hostel � a coletividade. E onde a pessoa vai encontrar uma hospedagem por R$ 30 a di�ria?”, indaga Silmara Oliveira Silva, dona do albergue.
A carioca Adriana Cattoni de Vasconcellos � moradoras de albergue h� mais de um ano. Ela precisou de moradia tempor�ria enquanto n�o sai o esp�lio da m�e. O apartamento em que estava incendiou. “Para mim, que n�o sou daqui, fica mais dif�cil achar um fiador no aluguel de apartamento”, diz. No in�cio, ela foi morar em hotel. Em seguida, no entanto, optou pelo hostel. “Eu pago um pouco mais caro aqui, mas, se fosse em apartamento alugado, eu teria que tirar todas as minhas coisas do guarda-volume. Al�m disso, a conveni�ncia � maior aqui e � mais barato que hotel”, afirma Adriana. Ela mora em um quarto individual, mas afirma que pode lavar sua roupa e fazer comida. “N�o � uma coisa que voc� fica presa dentro do quarto. O ambiente � agrad�vel. As pessoas v�o mudando a cada dia e eu vou ficando”, afirma.
Hospedagem alternativa
Os meios de hospedagem alternativos conquistam espa�o entre os brasileiros. A procura por casas de amigos e parentes aumentou de 35,1% para 37,8% no �ltimo ano (de agosto de 2012 a agosto de 2013). Ela � ainda mais expressiva entre os viajantes que ganham at� R$ 2,1 mil (64,9%) e com renda entre R$ 2,1 mil a R$ 4,8 mil (49,1%), segundo pesquisa do Minist�rio do Turismo com a Funda��o Get�lio Vargas. Foram entrevistadas 2 mil pessoas em sete capitais do pa�s: Belo Horizonte, Bras�lia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e S�o Paulo. O estudo mede a inten��o de viagem dos entrevistados nos pr�ximos seis meses.
