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Estado de Minas TURBUL�NCIAS FINANCEIRAS

Mundo est� sob a sombra do risco de calote dos EUA

Perto do fim do prazo para elevar teto da d�vida, democratas e republicanos d�o sinais de um acordo. Mas instabilidade fiscal norte-americana espalha incerteza sobre d�lar e juros


postado em 15/10/2013 06:00 / atualizado em 15/10/2013 07:19

Presidente Barack Obama adiou reunião no Congresso e visitou organização que cuida de famílias carentes, onde preparou sanduíches(foto: Kevin Lamarque/Reuters)
Presidente Barack Obama adiou reuni�o no Congresso e visitou organiza��o que cuida de fam�lias carentes, onde preparou sandu�ches (foto: Kevin Lamarque/Reuters)

A sensa��o de al�vio sentida no fim da tarde de ontem no mercado financeiro pode ser apenas passageira, depois do adiamento da reuni�o do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com os representantes do Congresso para dar mais tempo ao Senado de discutir um acordo que impe�a o governo da maior economia do planeta de declarar o primeiro calote da hist�ria do pa�s. Ainda que saia nos pr�ximos dias um acordo para eleva��o do teto da d�vida, permitindo a rolagem dos t�tulos p�blicos, no Brasil analistas de bancos, corretoras e economistas n�o demonstram consenso em torno dos efeitos da crise fiscal americana sobre o d�lar e a taxa de juros.

A �nica certeza � de que continua a instabilidade cambial, com sobe e desce e talvez mais altas do que quedas daqui para frente do d�lar frente ao real. Para quem planeja a desejada viagem internacional at� dezembro, a recomenda��o � comprar os d�lares que ser�o necess�rios agora, tendo em vista a remota possibilidade de novas baixas como as das tr�s �ltimas semanas, avalia o economista S�lvio Campos Neto, da consutoria Tend�ncias. “O espa�o para novos movimentos de baixa � limitado. Nossa expectativa para o c�mbio, passado esse per�odo de curto prazo (vinculado � decis�o nos EUA), � de que o d�lar volte a subir”, afirma. Os juros, da mesma forma, tendem a eleva��o, m� not�cia para os investimentos no setor produtivo da economia, o emprego e os rendimentos da popula��o.

Como prud�ncia nunca fez mal, para quem n�o tem urg�ncia em juntar o dinheiro para gastos no exterior a estrat�gia de diluir a compra da moeda � a melhor sa�da, para o economista e consultor Paulo Vieira. “Comprar d�lar aos poucos, observando as not�cias todo dia, ajuda a diluir os riscos de concentrar a compra toda em uma �nica vez. As incertezas sobre os rumos da economia ainda v�o continuar, com volatilidade do c�mbio”, alerta. Se h� ainda algu�m com a cren�a de que a moeda norte-americana ainda representa investimento, a� sim, tanto Vieira quanto S�lvio Neto, da Tend�ncias Consultoria, respondem com um sonoro n�o a essa aposta.

O d�lar comercial encerrou o preg�o de ontem com ligeira baixa, de 0,23%, cotado a R$ 2,1750, menor n�vel observado nos �ltimos quatro meses, desde 17 de junho. A bolsa de valores reagiu bem � proximidade de acordo anunciada pelos senadores americanos. O �ndice Bovespa subiu 1,92% e chegou a 54.170 pontos. Nos EUA, democratas e republicanos trabalham em um acordo fiscal para ampliar o limite da d�vida p�blica do pa�s, hoje em US$ 16,7 trilh�es, at� fevereiro e financiar a m�quina administrativa at� janeiro, acabando com a paralisa��o de duas semanas do governo. O acordo, que � provis�rio, cria uma nova rodada de negocia��es para redu��o do deficit at� o fim do ano.

No limite
O limite da d�vida atual, de US$ 16,699 trilh�es, foi alcan�ado em maio. Desde ent�o, o Tesouro dos EUA tem usado recursos extraordin�rios para pagar as contas, mas o dinheiro se esgota nesta quinta-feira. Toda semana, o Tesouro tem tamb�m que refinanciar US$ 100 bilh�es da d�vida sob a forma de t�tulos do governo, os chamados Treasure bonds. Os negociadores no Congresso ainda discutem se a data de 15 de fevereiro para a extens�o do limite da d�vida seria um prazo firme ou se o Departamento do Tesouro seria autorizado a usar “medidas extraordin�rias” para aumentar o endividamento al�m dessa data, como j� foi feito no passado.

Na avalia��o do professor de Rela��es Internacionais da Universidade Cat�lica Creomar de Souza, a sinaliza��o positiva dos senadores � apenas o in�cio da batalha. Se a proposta for aprovada no Senado, comandado pelos democratas, ser� ent�o encaminhada � C�mara dos Representantes, liderada pelos republicanos. “� a� que reside o problema, porque os republicanos est�o negociando o fim da pol�tica de sa�de do presidente Obama, chamada Obamacare, em troca da amplia��o do limite da d�vida”, analisou. Souza explicou que a pol�tica de sa�de p�blica de Obama amea�a os republicanos porque prev� atendimento universal, uma coisa que n�o existe nos Estados Unidos.

Amea�a de recess�o


A possibilidade de um calote da d�vida norte-americana , o chamado default, quer dizer a declara��o do governo americano de que n�o ter� dinheiro para pagar suas d�vidas � descartada pelos analistas em decorr�ncia do efeito dram�tico que provocaria numa economia globalizada, chama a aten��o o analista financeiro Miguel Daoud, da Global Financial Adivsor. “Seria um cen�rio de mais recess�o para o mundo, uma vez que o d�lar � a moeda das transa��es no mercado internacional, usada para formar reservas cambiais nos pa�ses e para forma��o de pre�os”, afirma.

Cerca de 30% da d�vida dos EUA est� relacionada ao dinheiro que os investidores asi�ticos colocaram em t�tulos norte-americanos, o que impactaria diretamente a economia chinesa, locomotiva mundial do consumo. Miguel Daoud lembra que, em princ�pio, o pr�prio Brasil poderia ser considerado um porto seguro para os investidores que perdessem com um default norte-americano, mas nada isso significa dinheiro mais caro no mundo.


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