Os Estados Unidos est�o a 24 horas de despencar no abismo fiscal, amea�ando levar junto a economia mundial. Depois de as negocia��es entre os l�deres do Senado para aprovar o Or�amento e elevar o teto da d�vida soberana terem avan�ado na segunda-feira, a C�mara explicitou nessa ter�a-feira a intransig�ncia de sua maioria republicana. Com a continuidade do impasse, a administra��o democrata completou 15 dias de paralisia parcial e deixou os mercados financeiros em estado de alerta.
Os reflexos da turbul�ncia nos EUA j� come�am a ser vistos na pr�tica. A ag�ncia de classifica��o de risco Fitch colocou ontem a nota m�xima de cr�dito dos Estados Unidos (AAA) em perspectiva negativa. Resultado do impasse no Congresso norte-americano em torno da eleva��o do teto de endividamento do pa�s e da paralisa��o parcial dos servi�os p�blicos, a decis�o levou em conta a chance de o Tesouro n�o ter recursos suficientes para pagar os seus compromissos. Na quinta-feira, as reservas estavam em US$ 30 bilh�es. Segundo a Fitch, apesar da cren�a de que o limite da d�vida seja elevado em breve, a turbul�ncia pol�tica reduz o espa�o de manobra financeira e eleva o risco de o pa�s n�o honrar o pagamento. O Tesouro norte-americano reagiu dizendo que a amea�a de rebaixamento � um lembrete para os parlamentares da perigosa proximidade do calote.
O presidente da C�mara, o republicano John Boehner, afirmou que n�o h� nenhuma decis�o no Congresso capaz de encerrar o impasse fiscal. Mesmo assim, prometeu empenho do seu partido, majorit�rio na C�mara, para encontrar sa�das para evitar o colapso sem precedentes a partir de amanh�. Seu plano para reabrir o governo, paralisado desde 1º de outubro, inclui a suspens�o, por dois anos, do imposto sobre equipamentos m�dicos inclu�do na reforma da sa�de do governo.
O projeto da bancada oposicionista j� foi rejeitado pelo Executivo, que o chamou de invi�vel e uma tentativa de agradar ao pequeno grupo ultraconservador Tea Party, contr�rio ao novo programa de universaliza��o da sa�de, apelidado de Obamacare. Na tarde de ontem, o l�der da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o l�der da bancada republicana, Mitch McConnel, suspenderam as conversa��es at� que a proposta articulada pelos deputados ganhe contorno final. Ao mesmo tempo, deputados governistas se encontraram com o presidente Barack Obama para avaliar o quadro.
Esfor�os
A l�der da minoria democrata na C�mara, Nancy Pelosi, assegurou que ainda acredita que o calote pode ser evitado. Ao sair da reuni�o com Obama, ela criticou o plano republicano de Boenher e mostrou prefer�ncia pela sa�da no Senado. Mais cedo, a porta-voz da Casa Branca, Amy Brundage, elogiou o esfor�o “bipartid�rio e de boa-f�” do Senado na negocia��o entre Reid e McConnell. Reid classificou a proposta da C�mara como “um ataque flagrante ao bipartidarismo”.
Em entrevista na tev�, Obama tentou dar um tom tranquilizador aos esfor�os fren�ticos para evitar o calote da d�vida dos EUA nesta semana. Segundo ele, sua expectativa � de que o impasse fiscal seja resolvido, com um acordo bipartid�rio no Senado.