
Os chamados mini-shoppings de bairro ou street-malls est�o perdendo espa�o na capital onde aos poucos terrenos dispon�veis em pontos nobres s�o valorizados e alvo de disputa imobili�ria. Depois do Shopping Jardim, h� cerca de um ano ter encerrado suas atividades na regi�o dos bairros Luxemburgo/Cora��o de Jesus e Vila Paris, dando espa�o a uma institui��o de ensino, agora � o Villaggio, no Bairro Gutierrez, que vai por fim �s suas opera��es em abril do ano que vem. A administra��o do centro de compras prefere n�o falar sobre o futuro, mas moradores do Gutierrez e comerciantes do bairro adiantam a not�cia: “No lugar do ‘shoppinho’ ser� constru�do um grande pr�dio residencial.” O projeto para edifica��o na Avenida Andr� Cavalcanti, onde ainda funciona o empreendimento, j� est� sendo analisado pela Prefeitura de Belo Horizonte.
A not�cia de que o Villaggio – inaugurado em 2000 como o primeiro shopping de conveni�ncia da capital – vai fechar as portas n�o agradou os lojistas e t�o pouco os moradores do Gutierrez e entorno, que se beneficiavam com as facilidades do com�rcio perto de casa e longe do tr�nsito. “H� dez anos venho a esse shopping para fazer compras e como lazer, j� que � o �nico espa�o que temos no bairro. Para n�s moradores, � p�ssima a not�cia de que vamos perder esse espa�o”, defende a psic�loga e vizinha do shopping V�nia Maria Anast�cio.
Alternativa de com�rcio local de sucesso em pa�ses como os Estados Unidos, os mini-shoppings de bairro t�m como consumidor potencial a vizinhan�a que economiza tempo aderindo a compras e servi�os e lazer perto de casa ou a poucos minutos de carro. A ideia � que o com�rcio re�na um mix de lojas alinhado � demanda cotidiana, oferecendo ao lojista aluguel que pode custar 50% menos que o de um shopping tradicional.
O Villaggio contava com 24 pontos de venda e 50 vagas de estacionamento, recebendo p�blico estimado em 50 mil pessoas ao m�s. Das mais de 20 lojas abertas, restam apenas 11. Dos comerciantes que ainda permanecem, alguns t�m contrato a vencer no ano que vem ou em 2015 e querem aproveitar a freguesia conquistada at� o �ltimo suspiro. “Por ter estacionamento gratuito na porta, atendo clientes tamb�m de bairros vizinhos e at� da Pampulha. Imagin�vamos que o shopping seria ampliado e n�o que fosse acabar”, lamenta Cl�udia Peres, que a partir de janeiro leva sua Virtut de moda feminina para outro endere�o.
De acordo com os lojistas, o mini-mall n�o fechar� por falta de consumidores. “Formamos aqui um ponto muito bom”, afirma T�nia Zeferino, dona da Rinova, loja de lingerie, presentes e artigos para banho. Instalada no local desde a abertura, h� tr�s anos ela abriu uma segunda loja, e tem contrato de aluguel v�lido at� 2015. “Foi uma surpresa. Se soubesse que o shopping ia fechar n�o teria investido em outra loja. Vou ter preju�zo.” Osvaldo Querino, propriet�rio da Cacau Show, tamb�m foi pego de surpresa. Ele vai ficar no shopping at� o Natal, mas pretende passar a p�scoa em endere�o novo, que ainda n�o tem fechado. “Desde janeiro, o movimento caiu 30%”, calcula Querino, que se instalou no Villaggio h� quatro anos com planos de ficar pelo menos por uma d�cada.
Demanda
Segundo Rubens Kochen, consultor especializado em desenvolvimento e planejamento de shoppings centers, BH tem espa�o para investir na modalidade. Ele sustenta que a capital tem demanda e est� atrasada em investir no modelo. Segundo o especialista, o custo da constru��o de um mini-shopping, com 3 mil metros quadrados de �rea de lojas, tem custo estimado entre US$ 800 mil e US$ 1 milh�o. Marcos Innecco, vice-presidente da CDL-BH, diz que os mini-shoppings s�o boa op��o, desde que adeque o mix de lojas ao p�blico e tenha acessibilidade. “A dificuldade que existe � o pre�o dos im�veis que explodiu e inviablizando uma s�rie de projetos”, aponta.
A reportagem procurou a administra��o do Villaggio, que preferiu n�o se manifestar, apontando um acordo com os lojistas. O shopping confirmou que encerra suas atividades em abril de 2014.
