O interesse das empresas chinesas pelo leil�o do campo de Libra passa pela estrat�gia de desenvolvimento do gigante asi�tico. Das seis prioridades listada pelo governo da China para a atra��o de Investimento Estrangeiro Direto nesta d�cada, tr�s s�o relacionadas com energia: novas fontes, ve�culos el�tricos e energias renov�veis. As demais s�o m�quinas avan�adas, nova gera��o de tecnologia da informa��o e biotecnologia.
“Libra passa pelo projeto chin�s de garantir recursos energ�ticos para a China”, afirma Cl�udio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Neg�cios. “Numa economia do tamanho da China, que cresce a 7% a 8%, a demanda de energia � muito alta.”
Nos �ltimos anos, a China tem feito diversos movimentos para garantir o abastecimento de energia. O governo se tornou um grande importador de g�s da R�ssia e se aproximou dos pa�ses produtores de petr�leo.
A poss�vel chegada das empresas chinesas na economia brasileira n�o ser� uma novidade. Um estudo realizado por Frischtak para o Conselho Empresarial Brasil-China revela que 60 projetos das companhias chinesas foram anunciados no Brasil entre 2007 e junho de 2012 - o valor total � de US$ 68,5 bilh�es. O recorte detalhado do ano passado mostra que os investimentos chineses no Brasil foram igualmente direcionados entre energia el�trica, eletr�nicos, m�quinas e equipamentos, e autom�veis - cada um com 17% do total. A fatia de petr�leo e g�s foi de 5%.
Balan�a
A expressiva liga��o entre as economias brasileira e chinesa tamb�m se reflete na balan�a comercial. O gigante asi�tico � o principal importador do Brasil, sobretudo de produtos b�sicos - soja e min�rio de ferro.
Entre janeiro e setembro, o valor exportado do Brasil para a China foi de US$ 35,911 bilh�es, o que corresponde a 20,2% do total da pauta. A dist�ncia � enorme em rela��o ao segundo colocado, os EUA. At� setembro, o governo americano teve uma participa��o de 10,3% nas vendas brasileiras, somando US$ 18,3 bilh�es.
“Em termos diretos, a China � mais importante (para o Brasil) do que os EUA”, afirma Fabio Silveira, diretor de Pesquisa Econ�mica da consultoria GO Associados. “Mas obviamente uma desacelera��o da economia americana rebate na China, o que pode enfraquecer o Brasil”, diz.