A obrigatoriedade de construir uma pista de pouso e decolagem no Aeroporto de Confins (MG) no m�ximo at� 2020 � o principal fator que vem afastando concorrentes do leil�o de concess�o, marcado para o dia 22, afirmam potenciais concession�rios ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Trata-se de um investimento de cerca de R$ 1 bilh�o que pode n�o se justificar. H� s�rias d�vidas sobre o crescimento da demanda, o que pode comprometer toda a engenharia financeira do empreendimento.
Preocupado com o risco de n�o haver propostas para o aeroporto mineiro, repetindo a frustra��o ocorrida no leil�o de rodovias, o governo cogitou at� permitir que os atuais concession�rios de Guarulhos (SP), Viracopos (SP)e Bras�lia (DF) pudessem ter uma participa��o superior a 15% s� em Confins. A “trava” de concorr�ncia seria mantida s� para o Gale�o (RJ).
A ideia acabou descartada mas, mesmo se adotada, n�o encorajaria novas propostas. “Nem se mudarem a regra e pudermos ter 100% de participa��o, mas o projeto continuar o mesmo, n�o vamos (participar do leil�o) em hip�tese alguma”, disse o diretor de um cons�rcio que opera aeroporto.
“� preciso modernizar o aeroporto, aumentar o p�tio dos avi�es, investir em equipamentos para torre de controle e tornar a pista j� existente mais eficiente, mas � imposs�vel querer que o empres�rio construa uma segunda pista, que deve custar bem mais de R$ 1 bilh�o, sem que haja essa demanda de passageiros ou de transporte de cargas”, afirmou.
Mau neg�cio
Para o presidente de outro cons�rcio que tamb�m j� arrematou a opera��o de um aeroporto, � simples entender por que Confins n�o empolga os investidores. “Do jeito que est�, trata-se de um mau neg�cio, n�o tem segredo. Gale�o e Confins repetem o que aconteceu com o leil�o das rodovias BR-050 e a BR-262: uma era uma boa oportunidade e muita gente apareceu, a outra era p�ssima por isso n�o foi ningu�m.”
Ele � mais um a dizer que, mesmo se pudesse participar com mais de 15%, tamb�m continuaria fora. “Se tirar a obrigatoriedade da segunda pista, muda completamente a conversa, porque voc� deixa de ter que investir um dinheiro alto que, ao que tudo indica, n�o ter� o retorno proporcional. Deixa de ser um mau projeto e acho que atrairia uns sete ou oito cons�rcios.”
O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) observou que a movimenta��o em Confins tem sido inferior � estimada pelo governo. De janeiro a julho deste ano, o fluxo de passageiros caiu 7,05% em rela��o a 2012, aponta o tribunal. No entanto, os estudos projetam crescimento de 5,73% em 2013 na compara��o com 2012.
De acordo com a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), o crescimento m�dio do PIB para os 30 anos da concess�o � de 3,6% ao ano. A mesma cifra foi usada nas rodovias, mas o governo cedeu e reduziu para 2,5%.
A Anac afirma que a constru��o da segunda pista em Confins � importante porque ele precisa estar preparado para enfrentar situa��es em que seja necess�rio fechar uma pista. Al�m disso, sustenta a Anac, “o projeto � vi�vel a despeito da obriga��o contratual em quest�o (a constru��o da pista)”. O investimento seria de R$ 660 milh�es.