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Estado de Minas

Obras em Confins est�o longe de decolar

Enquanto a reforma do aeroporto de Confins, que teve in�cio h� dois anos, emperra em um ter�o do previsto, interven��es na rodovia que chega ao terminal se aproximam do fim


postado em 28/10/2013 06:00 / atualizado em 28/10/2013 07:41

A equa��o � simples: maior n�mero de profissionais somados � prorroga��o da jornada de trabalho � igual a maior celeridade nas obras. Dois anos depois do in�cio das obras de amplia��o do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, apenas 33,17% das interven��es previstas foram executadas. Enquanto isso, 60% das obras de duplica��o da rodovia de acesso ao aeroporto, iniciadas h� seis meses, est�o prontas. Al�m dos diferentes n�veis de complexidade, um detalhe no planejamento mostra porque uma obra decola mais r�pido que a outra: o n�mero de trabalhadores no terminal � quase a metade dos empregados na rodovia, que ainda por cima trabalham em tr�s turnos, 24 horas por dia.

Na obra do terminal, respons�vel pelo maior impacto aos passageiros, somente duas a��es foram totalmente entregues. A reforma do estacionamento e do acesso vi�rio. Segundo a Infraero, foi feita a revitaliza��o da pintura, da sinaliza��o e do sistema de ilumina��o, al�m da otimiza��o dos acessos. No mais, quatro pontes de embarque e quatro elevadores foram instalados. Mas, na previs�o est�o outras cinco pontes novas e outros 12 elevadores (sendo seis panor�micos). A quinta ponte est� em fase final de testes e deve ser instalada durante essa semana. Os novos equipamentos s�o mais male�veis, facilitando o manuseio e, por serem revestidos de vidro, garantem menor consumo de energia durante o dia. Al�m disso, resta ser conclu�da a reforma do terra�o e da cobertura do terminal; a instala��o das novas escadas rolantes e das esteiras de bagagem e a reforma dos sanit�rios e das salas de embarque, entre outras interven��es.

Do lado de fora do aeroporto, a obra de duplica��o de 8,15 quil�metros da LMG-800 j� tem conclu�dos 90% da terraplenagem e mais da metade das mudan�as previstas para a pista da direita (sentido BH-Confins) est�o prontas. E depois do pico da interven��o, quando 945 pessoas participavam das obras, o n�mero foi reduzido para 830. Dois dos quatro viadutos podem ser entregues at� dezembro, facilitando assim o acesso para o terminal de passageiros. Os outros dois, que ligam ao terminal de cargas, est�o previstos para o ano que vem.

TUDO ATRASADO
Em abril, na visita de uma comiss�o de deputados ao aeroporto, a expectativa da Infraero era que entre 70% e 75% das obras estivessem prontas at� dezembro. Apenas a��es classificadas como “perif�ricas” pelo superintendente regional da Infraero, M�rio Jorge de Oliveira, seriam deixadas para o ano que vem. Mas dificilmente o cronograma ser� conclu�do no prazo. A previs�o era que at� a Copa das Confedera��es, em junho, 40% das interven��es tivessem sido entregues.

Passados tr�s meses, at� setembro, somente 33,17% das obras est�o prontas. Os problemas da lentid�o estariam diretamente ligados ao fato de a empresa contratada para elaborar os estudos de engenharia ter atrasado a entrega, o que inclusive resultou na possibilidade de paralisa��o dos trabalhos, mas como em abril o n�vel de execu��o era de 25%, em cinco meses apenas 8% foram feitos.

Por repetidas vezes, o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) fez alertas sobre a lentid�o da obra no terminal e o risco de n�o serem entregues at� a Copa de 2014. “Na presente fiscaliza��o foi detectada a exist�ncia de atrasos injustific�veis nas obras e servi�os. A obra n�o tem apresentado ritmo condizente com o previsto, havendo risco de que os servi�os n�o sejam finalizados a tempo de atender a competi��o da Fifa”, diz trecho de ac�rd�o do �rg�o fiscalizador publicado no primeiro semestre. Mas a Infraero nega qualquer possibilidade de as interven��es extrapolarem a data remarcada para entrega – inicialmente o prazo era dezembro de 2013, agora abril de 2014.

MONTES DE GAMBIARRAS
No antigo trajeto para o terra�o panor�mico, visitantes se deparam com uma placa advertindo a proibi��o de passagem para o local onde antes estavam acostumados a avistar os pousos e decolagens das aeronaves. Enquanto isso, num cantinho fora do terminal, familiares de passageiros tentam uma brecha entre os montes de terra para fotografar o primeiro voo da tia. No balc�o de informa��es, visitantes perdidos perguntam para onde foi transferido o guich� do �nibus executivo.

Ao longo do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, enquanto 2 mil trabalhadores executam quatro obras de grande impacto simultaneamente para aumentar a capacidade do terminal �s v�speras da concess�o para a iniciativa privada, os quase 10 milh�es de passageiros que voam anualmente se deparam com situa��es inesperadas, como as cadeiras e mesas de um restaurante fechado depositadas perto do port�o de embarque, como se fizessem parte da decora��o. Ou as instala��es improvisadas da livraria, que foram parar embaixo das escadas devido ao fechamento da unidade para reforma do terminal.
Maria Isabelly, Darliane de Cassia e Meiriane Aparecida só viram os aviões pela tela (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maria Isabelly, Darliane de Cassia e Meiriane Aparecida s� viram os avi�es pela tela (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Durante as obras de amplia��o do aeroporto, uma s�rie de adequa��es foram feitas em Confins para que oper�rios possam trabalhar. Diversos lugares antes liberados est�o proibidos, enquanto rotas que eram acessadas pelos passageiros foram substitu�das. Sem avisos e pouca informa��o, � f�cil identificar os visitantes do aeroporto internacional perdidos, sem saber para onde ir.

Cinco minutos no andar do antigo terra�o s�o suficientes para encontrar os primeiros visitantes � procura do espa�o que antes permitia aos frequentadores acompanhar o sobe e desce de aeronaves. � espera da m�e, que voltava do Recife, os irm�os Ang�lica Priscila e Bruno Santos n�o tinham d�vida de onde esperar o tempo passar. Ao subir o �ltimo lance de escadas, a decep��o: uma placa de seguran�a impedia a passagem e a �nica porta aberta era a do restaurante. “Sempre quando venho gosto de ficar vendo os avi�es”, diz ela sobre a cena. Mas, interditado para que oper�rios fa�am as altera��es necess�rias, o andar vai abrigar parte do setor administrativo da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero).

Devido � impossibilidade de filmar cada passo do terra�o, a solu��o para os iniciantes � se debru�ar sobre as grades que separam o terminal do p�tio de aeronaves para buscar um brecha. De l�, Maria Isabelly Gon�alves e Darliane de C�ssia, filha e m�e, acompanhavam Meiriane Aparecida no sonho de ver a m�e e o irm�o decolarem pela primeira vez. De celular em punho, todas sonhavam estar l�. Mas sabe como �, falta “dim-dim” para uma viagem da fam�lia inteira. “Vontade e coragem temos de sobra. N�o temos � dinheiro”, diz a auxiliar administrativa Darliane.


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