Quase um quarto dos brasileiros (24,5%) vai usar os recursos da primeira parcela do 13º sal�rio para quitar d�vidas. Esse � o menor resultado registrado em cinco anos para o destino do sal�rio extra, segundo levantamento da Ipsos, empresa de pesquisa de mercado, com mil pessoas, em todas as regi�es do Pa�s.
“O resultado surpreendeu”, afirma o economista da Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP), Em�lio Alfieri, ao comentar a pesquisa encomendada pela Associa��o. Apesar de o pagamento de d�vidas, desde 2009, ser o principal uso da primeira parcela do 13º sal�rio, houve forte retra��o na inten��o neste ano. Em 2012, 32,6% dos entrevistados declararam que quitariam as pend�ncias com esse dinheiro.
O recuo do uso do 13º para o pagamento de d�vidas � mais uma evid�ncia, segundo o economista, de que a inadimpl�ncia est� em queda. No m�s passado, a inadimpl�ncia l�quida apurada pela Associa��o Comercial fechou em 5,1%, em compara��o a 5,5% em outubro de 2012. O indicador de inadimpl�ncia l�quida considera o saldo entre as d�vidas n�o pagas e renegociadas do m�s em rela��o �s vendas de tr�s meses anteriores.
O economista atribui a queda do calote, principalmente, ao grande n�mero de campanhas de renegocia��o de d�vidas que est�o sendo realizadas desde o in�cio deste ano. No passado recente, os feir�es para o consumidor limpar o nome ocorriam s� a partir do segundo semestre.
Parte dos consumidores que reduziram a inten��o de pagar d�vidas com o 13º sal�rio pretende colocar esse dinheiro na poupan�a.
No ano passado, 16,3% dos entrevistados informaram que poupariam a primeira parcela do 13º sal�rio. Neste ano, essa fatia subiu para 20,4%. A outra parcela dos consumidores que n�o vai quitar d�vidas com esses recursos est� indecisa: 20,4% declararam neste ano que n�o sabem o destino que v�o dar ao dinheiro. Em 2012, esse grupo representava 16,3%.
Compras
Pelo menos neste momento, o consumo n�o aparece com perspectivas de crescimento na pesquisa: a compra de presentes foi apontada por 18,4% dos entrevistados neste ano, em compara��o a 18,7% em 2012. Tamb�m os gastos com viagens e reforma ou constru��o da casa recuaram.
No ano passado, 4,7% dos entrevistados informaram que gastariam a primeira parcela do 13º sal�rio com reforma ou constru��o. Neste ano, essa fatia recuou para 4,1%. No caso do desembolso com viagens, a retra��o � ainda mais significativa: 9,3% no ano passado ante 6,1% neste ano. “A queda no gasto com viagens reflete a alta do d�lar”, diz o economista.
Depois de consumir al�m da conta e ficar inadimplente, os resultados da pesquisa mostram uma maior cautela por parte do brasileiro, que dever� afetar as vendas. Proje��es da ACSP indicam que o volume de vendas em dezembro em S�o Paulo, o maior mercado do Pa�s, deve crescer entre 3% e 4% em rela��o a dezembro de 2012.
Se a proje��o se confirmar, o ritmo de alta de vendas ser� menos da metade do registrado em 2012 para o per�odo, que foi de 9,6% segundo dados do IBGE para o com�rcio restrito. “Isso se explica pelo menor crescimento do cr�dito ao consumo, da renda e do emprego e pelas recentes quedas nos �ndices de confian�a”, afirma Rog�rio Amato, presidente da ACSP.