(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Incentivos n�o produzem efeito e retra��o do PIB supera m�dia projetada pelo mercado

Entre 13 pa�ses, Brasil ficou na lanterna do crescimento


postado em 04/12/2013 06:00 / atualizado em 04/12/2013 07:24

Indústria ficou estagnada ao avançar 0,1% no terceiro trimestre: IBGE divulga hoje produção do setor e previsões também são pessimistas (foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
Ind�stria ficou estagnada ao avan�ar 0,1% no terceiro trimestre: IBGE divulga hoje produ��o do setor e previs�es tamb�m s�o pessimistas (foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
Bras�lia – Apesar de todos os est�mulos dados pelo governo, o Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre n�o reagiu e registrou queda de 0,5% ante os tr�s meses imediatamente anteriores. O resultado, que provocou rea��o no Pal�cio do Planalto e elevou o tom das cr�ticas da oposi��o, superou a m�dia das proje��es do mercado, de queda de 0,3%.

O recuo refletiu, sobretudo, a desconfian�a do empresariado em rela��o � pol�tica econ�mica da presidente Dilma Rousseff, que tem sido leniente com a infla��o, elege setores espec�ficos para receber benef�cios, interv�m na condu��o dos juros pelo Banco Central, recorre a truques fiscais para mostrar uma sa�de que as contas p�blicas n�o t�m e congela tarifas p�blicas, criando uma sensa��o artificial de controle da carestia. N�o � toa, os investimentos produtivos cederam 2,2%, a maior surpresa negativa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

O que mais assusta o empresariado e os investidores � a possibilidade de o Brasil entrar novamente em recess�o. A despeito de esse n�o ser o quadro principal, os economistas admitem uma nova retra��o do PIB no quarto trimestre do ano. Os dados preliminares da atividade d�o consist�ncia a essas previs�es, que podem ser refor�adas caso o mesmo IBGE mostre, hoje, queda na produ��o industrial de outubro. As estimativas s�o de recuo de 0,6% ante setembro e de 1% frente ao mesmo m�s de 2012.

"Infelizmente, o risco de haver uma recess�o no pa�s n�o � desprez�vel. A maioria dos indicadores antecedentes de atividade e as condi��es financeiras sinalizam contra��o na atividade nos �ltimos tr�s meses do ano", disse Vagner Alves, economista da gestora de recursos Franklin Templeton. Mas n�o � s�. "Tamb�m estamos vendo uma economia muito fraca no primeiro trimestre de 2014", acrescentou. Ele reduziu, de 2,4% para 2,2%, a proje��o de crescimento para o PIB neste ano e acredita que o resultado de 2014 ser� inferior a 2%. Pelos c�lculos do banco ingl�s Barclays, o avan�o no pr�ximo ano ser� de 1,9%.

MANTEGA OTIMISTA


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mant�m o otimismo. Para ele, a economia brasileira est� em uma trajet�ria de expans�o gradual, que deve se manter nos pr�ximos trimestres. "A recupera��o talvez n�o esteja na velocidade de que gostar�amos", reconheceu. "Mas ainda � poss�vel que o PIB avance 2,5% neste ano", emendou. Para ele, "houve uma concentra��o de crescimento no segundo trimestre (quando o PIB teve alta de 1,8%)", por isso, "o pa�s teve dificuldade de crescer agora". "A base de compara��o fica mais dif�cil ap�s um bom resultado", justificou. Segundo o ministro, isso pode explicar o fato de o Brasil ter sido o pa�s com o pior desempenho entre julho e setembro.

De 13 pa�ses listados pelo IBGE, o Brasil registrou o menor resultado no terceiro trimestre. Ficou atr�s at� da Espanha e de Portugal, economias cambaleantes, que avan�aram, em rela��o ao segundo trimestre, 0,1% e 0,2%, respectivamente. No grupo dos Brics, que agrega os principais emergentes, o Brasil, com o salto de 2,2% ante o terceiro trimestre do ano passado, ficou superdistante da China, que cresceu 7,8%, e da �ndia, com 4,8%. Superou, por�m, a �frica do Sul, com incremento de 1,8% e a R�ssia, com 1,2%.

Para o economista s�nior do Esp�rito Santo Investment Bank, Fl�vio Serrano, qualquer que seja o par�metro de compara��o, os dados do PIB brasileiro s�o fracos. "Os n�meros mostram que n�o conseguimos crescer, embora existam diversas medidas para estimular o consumo. Os resultados pr�ticos das a��es do governo s�o d�ficit recorde nas contas externas e mais infla��o, consequ�ncias de um desequil�brio macroecon�mico de pouca produ��o para muito consumo", assinalou.

A ind�stria, que deveria estar em plena atividade para atender o consumo das fam�lias, com salto de 1% no terceiro trimestre frente ao segundo, ficou estagnada, com avan�o de 0,1%. O mesmo ocorreu com o setor de servi�os. Esse descasamento s� refor�a a incapacidade do pa�s de ampliar a oferta de mercadorias e, assim, conter a infla��o.

Segundo Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e um dos conselheiros da presidente Dilma, o d�lar barato por muito tempo acabou com a ind�stria de manufaturados. "Entre 2003 a 2007, a ind�stria brasileira teve super�vit de US$ 160 bilh�es. Desde ent�o, com o real valorizado, o setor acumulou d�ficit de US$ 120 bilh�es. Ou seja, o c�mbio roubou da ind�stria nacional US$ 280 bilh�es em demanda. Numa situa��o como essa, n�o h� empres�rio que v� investir", frisou.

Alta de juros pode ser enterrada


Bras�lia – O fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, com queda de 0,5%, deve levar o governo a aumentar a press�o para que o Banco Central (BC) amenize ou at� mesmo enterre de vez o ciclo de alta dos juros b�sicos da economia. Desde abril, a Selic j� foi elevada seis vezes, saindo da m�nima hist�rica de 7,25% ao ano para o n�vel atual, de 10%. At� ent�o o plano de voo da autoridade monet�ria era seguir aumentando os juros para tentar frear o consumo das fam�lias e, com isso, trazer a infla��o para o centro da meta de 4,5%, o que n�o ocorre desde 2009.

A press�o sobre o presidente do BC, Alexandre Tombini, deve centrar-se num dos principais problemas da economia brasileira: o baixo investimento. No terceiro trimestre do ano, a chamada Forma��o Bruta de Capital Fixo (FBCF), taxa que mede o volume de recursos aplicados na amplia��o da capacidade produtiva do pa�s, despencou 2,2%. Foi o segundo pior desempenho para o conjunto de itens que comp�em o PIB, ficando atr�s, somente, da agropecu�ria, que encolheu 3,5% no per�odo.

INVESTIMENTO CONGELADO


Especialistas dizem ainda ser cedo para avaliar se a alta de juros posta em pr�tica desde abril pelo BC j� produziu efeito nesses n�meros, mas � certo que, daqui para frente, a escalada da Selic contribuir� cada vez mais para encarecer o investimento no pa�s. Explicando: se os juros pagos pelo governo pelos t�tulos p�blicos – considerados uma refer�ncia para os demais empr�stimos banc�rios – est�o altos a tend�ncia natural � de que empres�rios deixem seus recursos no banco, evitando o risco de aplic�-los em projetos de longo prazo, como a constru��o de uma f�brica, por exemplo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)