O ritmo de crescimento da economia brasileira em 2014 deve se manter no patamar de 2,5%, segundo an�lise conjuntural do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira, 19. A estimativa se refere � "velocidade atual de navega��o", e repete o desempenho "fraco" projetado para este ano.
"H� uma redu��o da ambi��o da pol�tica econ�mica para acelerar o crescimento no curto prazo", avalia Fernando Ribeiro, coordenador de Estudos e Pol�ticas Macroecon�micas do Ipea. Em 2013, segundo ele, as limita��es de investimento em fun��o do desequil�brio fiscal levaram o governo a apostar na iniciativa privada para induzir o crescimento. "Por isso a urg�ncia que temos visto para as concess�es de infraestrutura", completou.
Para o economista, entretanto, em 2014 o peso dessas vari�veis sobre o PIB deve diminuir. A composi��o do investimento passar� para a execu��o das obras de infraestrutura em detrimento da aquisi��o de m�quinas e bens de capital. O item, que tem alta volatilidade, pesou sobre a Forma��o Bruta de Capital Fixo (FBCF), que chegou a 6,5%.
"O consumo voltar� a ter um peso maior para suportar o crescimento com a desacelera��o dos investimentos. Ele vai comandar a din�mica do crescimento nos pr�ximos trimestres, mas n�o d� para esperar eleva��o significativa, como tamb�m n�o � poss�vel afirmar ainda que o crescimento ser� abaixo dos atuais 2,5%."
Com esse perfil, a economia deve enfrentar algumas barreiras, como a menor gera��o de vagas no mercado de trabalho, menores aumentos reais sobre a renda do trabalhador, altos n�veis de endividamento das fam�lias, sobretudo com habita��o, e a "persistente" infla��o. "A margem para amplia��o vir�, sobretudo das transfer�ncias p�blicas de renda, item que mais tem crescido nas despesas do governo nos �ltimos trimestres. � uma op��o pol�tica", pontuou.
Ribeiro tamb�m comentou a situa��o do mercado de trabalho, que atingiu o n�vel mais baixo de desemprego da s�rie hist�rica, com 4,6%. "Parece ser um movimento estrutural, pois a popula��o economicamente ativa tamb�m deixa de crescer. H� menos abertura de vagas, mas tamb�m menos pessoas entrando no mercado de trabalho, o que estabiliza os n�veis de desemprego", conclui.