O Banco Central (BC) pareceu ter uma vis�o mais positiva do cen�rio de infla��o, ao acreditar em altas de 5,8% este ano, de 5,6% no encerramento de 2014 e de 5,3% em 2015 do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). A cren�a provavelmente est� alicer�ada no aperto monet�rio empregado pela institui��o. No entanto, o ciclo iniciado em abril de 2013 n�o deve ser suficiente para trazer a infla��o para a "otimista" estimativa de 5,6% para o pr�ximo ano, na avalia��o do economista da Rosenberg & Associados Fernando Parmagnani ap�s a divulga��o, pelo BC, do Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI).
De acordo com ele, h� v�rios elementos que podem pressionar a infla��o. Um deles � o comportamento dos pre�os administrados, aqueles insens�veis �s condi��es de oferta e demanda, uma vez que s�o estabelecidos por contrato ou por �rg�o p�blico, como � o caso dos combust�veis e da eletricidade. "Reajustes que n�o foram dados este ano v�o ficar mais dif�ceis de segurar no pr�ximo."
Parmagnani tamb�m chamou a aten��o para o c�mbio. "Apesar de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) ter anunciado a retirada gradual de est�mulos da economia a partir de janeiro, o d�lar n�o est� em perspectiva de explos�o. Mas pode ser que isso ocorra." Ele lembrou ainda que a nota de rating do Brasil pode sofrer um rebaixamento, com consequ�ncia na rela��o entre o real e a moeda americana. "E todos esses riscos est�o em ano de Copa de Mundo", destacou.
Super�vit
O economista da Rosenberg tamb�m classificou como "bem otimista" a previs�o do BC de um super�vit prim�rio das contas do setor p�blico de 2,1% em 2014 para manter est�vel a rela��o entre a d�vida l�quida do setor p�blico e o Produto Interno Bruto (PIB). "Apesar de haver perspectiva favor�vel para arrecada��o, fica a d�vida sobre se o governo vai bancar alguns reajustes que podem ocorrer", disse Parmagnani, acrescentando que os gastos do governo devem aumentar por causa do ano eleitoral.