O come�o de ano, marcado pela temporada de despesas com o pagamento de impostos e taxas, poder� surpreender o cliente desavisado e crente de que os aumentos de pre�os no varejo agora se limitam � �nsia de faturamento do com�rcio no Natal. “N�o h� qualquer indica��o de que os pre�os dos alimentos v�o ceder, at� porque vamos entrar na entressafra”, alerta o analista do IBGE Antonio Braz de Oliveira e Silva. A recomenda��o para o consumidor procurar as liquida��es ou, se for necess�rio, postergar novas compras ganha for�a num cen�rio em que o crescimento da renda dos brasileiros e do emprego tendem a perder f�lego, enquanto a taxa b�sica de juros, que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio, dever� permanecer alta.
“Neste ano, o setor supermercadista precisou negociar muito para segurar os pre�os, e a forte concorr�ncia no segmento contribuiu para isso. Para 2014, esperamos continuar sem press�o acima da infla��o do per�odo”, diz a nota. Segundo Pedro Edson Menezes, propriet�rio do Frigor�fico Montalv�nia, de Belo Horizonte, o com�rcio recebeu repasses de pre�os de 20% a 30% em rela��o a dezembro do ano passado, os quais n�o puderam absorver. O quilo do leit�o, um dos itens mais vendidos no Natal, encareceu de R$ 16,90 em 2012 para os atuais R$ 21,90. “N�o h� como deixar de repassar o aumento ao consumidor. Os reajustes comp�em a cara da infla��o que vem por a� no pa�s”, afirmou.
VARIEDADE Apesar dos aumentos preocupantes, Jo�o Dias, dono do frigor�fico O Rei da Feijoada, instalado no Mercado Central de BH, diz que h� uma diversidade de op��es que os consumidores t�m procurado, incluindo ingredientes para feijoada, lingui�a, churrasco e feij�o-tropeiro. Quem pode n�o descarta gastar com a iguaria preferida nesta �poca. Desde o dia 10 at� 1º de janeiro, a empresa espera cumprir a tradi��o de vender mais de 200 leit�es, o dobro da demanda normal durante o ano at� novembro.
Seguindo as recomenda��es dos economistas, os operadores da ind�stria Arlindo Paulo Mariano, de 22 anos, Alisson Mateus dos Santos, de 25, e Edirley da Silva Ferreira, de 34, pesquisaram os pre�os de cerveja na �ltima sexta-feira antes de escolher o bar em que comemoraram a amizade. A economia foi de R$ 2 em cada garrafa da bebida preferida, mas os pre�os dos tira-gostos soaram abusivos: R$ 30 por uma por��o, embora caprichada, de chouri�o, pernil de porco e jil�. “Os pre�os das por��es dobraram”, reclama Arlindo. Edirley n�o aceita a justificativa dos comerciantes para os reajustes da cerveja. “Eles dizem que o produto ficou mais caro na revenda, mas eu mesmo compro mais barato na distribuidora”, reclama.