A paralisa��o da Unidade de Coque da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), atingida por um inc�ndio na noite de s�bado, deve representar para a Petrobras uma perda di�ria de R$ 500 mil em receita. O preju�zo da estatal pode ser ainda maior, com a importa��o dos derivados de alto valor agregado para suprir o fornecimento. Tamb�m h� interrup��o na produ��o de gasolina e diesel. A estimativa � do Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro) de Duque de Caxias, que tamb�m prev� um prazo entre cinco e 10 dias para a retomada da produ��o no local. Os sindicalistas acusam a empresa de aumentar em 20% a opera��o na unidade, sobrecarregando os equipamentos.
Ningu�m ficou ferido no inc�ndio, que aconteceu por volta das 18h de s�bado. Segundo o presidente do Sindpetro de Duque de Caxias, Jos� Sim�o Zanardi, as chamas atingiram altura de 20 metros, mas ficaram restritas � casa de bombas, prejudicando seis equipamentos. "Em agosto, a carga da unidade passou de 5 mil metros c�bicos por dia para 6 mil, um aumento de 20%, na tentativa de evitar as importa��es. Desde ent�o, tem acontecido os acidentes. Os equipamentos, bombas, compressores, e torres n�o suportam a carga", afirmou.
A estimativa do sindicalista � que entre cinco e dez dias a unidade volte a produzir, mas Zanardi alerta para as condi��es de trabalho. "Os trabalhadores v�o fazer um movimento para n�o retornar sem condi��es que garantam a seguran�a. A empresa vai querer recome�ar ativando bombas substitutas, para n�o parar a opera��o durante os reparos. � muito perigoso", afirma.
Desde novembro diversos acidentes t�m acontecido nas refinarias da Petrobras, sobretudo na Unidade de Coque. Na ReMan, em Manaus tr�s oper�rios ficaram feridos ap�s um inc�ndio, um em estado grave, com queimaduras de terceiro grau. No Paran�, um inc�ndio deixou a unidade paralisada por mais de 20 dias, prejudicando o fornecimento de derivados na regi�o. Tamb�m houve incidentes em unidades na Bahia e Minas Gerais.
Para o consultor Adriano Pires, a Petrobras est� usando as refinarias de forma "irrespons�vel", sem fazer as paradas de manuten��o para atender os n�veis de seguran�a estabelecidos. "Nos Estados Unidos, o n�vel de utiliza��o das refinarias � de 85%, mas a Petrobras est� com a carga a 95%. Isso � reflexo da pol�tica maluca de pre�os. Para fazer caixa est�o rodando as refinarias em n�vel acima do que deveria, colocando em risco os trabalhadores e equipamentos."
Segundo Zanardi, cinco funcion�rios trabalhavam na unidade, que tem o tamanho de tr�s campos de futebol. "O ideal seria termos pelo menos sete funcion�rios. Estamos com menos trabalhadores e uma carga maior. A unidade n�o foi projetada para esta carga. As m�quinas est�o explodindo de tanto operar. Os trabalhadores, est�o adoecendo. Eles est�o com medo de trabalhar", completa.