O inc�ndio ocorrido na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) no �ltimo s�bado pode resultar em uma despesa adicional de R$ 28,9 milh�es por dia � Petrobras com a importa��o de combust�veis. O c�lculo feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) a pedido do Broadcast toma como base a possibilidade de a Petrobras ser obrigada a importar toda a produ��o de �leo diesel e gasolina da refinaria para atender a demanda dom�stica. Segundo a Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s e Biocombust�veis (ANP), a Petrobras informou que vai investigar as causas do acidente.
A ag�ncia tamb�m garantiu que n�o h� risco de desabastecimento de combust�veis e que a produ��o deve ser retomada a partir de desta quarta-feira, 8. Caso a previs�o se confirme, o volume das perdas chegar� a cerca de R$ 120 milh�es. A previs�o para o recome�o da produ��o � questionada pelo Sindicato de Petroleiros de Caxias (Sindpetro), que considera o prazo insuficiente para o retorno das opera��es com seguran�a.
Nesta segunda-feira, 6, a comiss�o da Petrobras que investiga as causas do acidente se reuniu na refinaria. "As equipes de manuten��o est�o trabalhando em ritmo muito acelerado, mas � muito dif�cil cumprir o prazo. A empresa quer consertar metade e retomar a produ��o logo, para depois finalizar os reparos. Os oper�rios ficariam sem backup de seguran�a", afirma o presidente do sindicato, Sim�o Zanardi, que integra a comiss�o que apura as causas do inc�ndio.
O grupo dever� apresentar em 15 dias um relat�rio preliminar sobre as causas do inc�ndio do �ltimo s�bado. A an�lise inicial indica para um vazamento em uma das bombas da unidade. Pela manh�, houve uma mobiliza��o de trabalhadores contra as condi��es de seguran�a.
Preju�zos
Os valores se somam �s perdas com a paralisa��o por duas semanas da Refinaria Presidente Get�lio Vargas (Repar), em Arauc�ria, no Paran�, no final de novembro. A interrup��o exigiu da Petrobr�s um gasto extra de aproximadamente R$ 520 milh�es com a importa��o de gasolina e diesel. Juntas, as refinarias respondem por mais de um quarto da capacidade total de refino do Brasil.
De janeiro a setembro de 2013, a �rea de Abastecimento da Petrobras acumulou preju�zo de R$ 12,3 bilh�es por conta dessa defasagem de pre�os. A empresa n�o tem reajustado o pre�o dos combust�veis no mesmo ritmo da varia��o dos custos da importa��o de gasolina e diesel, o que aumenta o preju�zo da estatal na opera��o de venda de combust�veis.
Ontem, as diferen�as entre os pre�os da gasolina e do diesel vendidos no Brasil e os valores praticados no Golfo dos Estados Unidos, sem impostos, est�o em 25,1% e 15,5%, respectivamente. Os c�lculos s�o da consultoria Tend�ncias.
"A princ�pio o impacto (do acidente) n�o deve ser grande. A principal consequ�ncia para a Petrobras � a possibilidade de serem criadas regras mais r�gidas em rela��o � manuten��o de refinarias", destacou Walter de Vitto, analista da consultoria.
Esse cen�rio j� come�a a se confirmar. Em dezembro, a ANP aplicou uma multa de R$ 151 mil � Petrobras devido � opera��o acima da capacidade das unidades de coqueamento da Refinaria de Paul�nia (Replan), no interior de S�o Paulo. A multa se refere ao per�odo de cinco anos, quando houve opera��o acima da capacidade determinada pela ag�ncia.
"A gest�o temer�ria para tentar diminuir as perdas de caixa resultou nesses acontecimentos", destacou Adriano Pires, presidente do CBIE. "A Petrobras era muito comprometida com a seguran�a de seus ativos. A empresa operando com n�veis muito elevados aumenta os riscos. A refinaria precisar� ser interrompida e o acidente pode custar mais caro do que a manuten��o."