Os brasileiros que aplicaram na caderneta de poupan�a no ano passado perderam dinheiro ou tiveram o mais baixo ganho dos �ltimos onze anos. Os dep�sitos feitos depois de maio de 2012, quando entrou em vigor as novas regras de rentabilidade da principal aplica��o do Pa�s, renderam 5,67%, menos do que o avan�o de 5,91% da infla��o oficial.
De 2000 para c�, o melhor dos �ltimos anos para o poupador foi 2006, quando a aplica��o rendeu 5,10%, j� descontado o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2002, por�m, houve perda real de 2,9%.
O dinheiro aplicado a partir de 4 maio de 2012 passou a obedecer a nova regra de rentabilidade da poupan�a. O governo Dilma Rousseff definiu que a aplica��o rende menos toda vez que a taxa b�sica de juros foi igual ou inferior a 8,5% ao ano. Quando alcan�a esse patamar, a "nova poupan�a" t�m seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR).
Migra��o. O objetivo ao vincular a remunera��o da poupan�a � Selic foi evitar que a queda da taxa b�sica de juros tornasse a poupan�a mais atrativa que outras aplica��es de renda fixa e provocasse grande migra��o de ativos. Assim, na pr�tica, Dilma liberou o Banco Central (BC) para reduzir a taxa b�sica de juros. Depois de come�ar o ano no patamar mais baixo, de 7,25% ao ano, a Selic voltou a subir em 2013 e fechou o ano em 10% ao ano.
Jos� Nicolau Pompeo, professor de Economia e Finan�as da PUC-SP, afirma que, com a infla��o pressionada, o pequeno poupador est� fadado a ganhar pouco. "Colocar na poupan�a � melhor do que deixar o dinheiro debaixo do colch�o e perder toda a infla��o acumulada do ano", afirma. Para ele, a poupan�a ainda continua atrativa para a maioria dos investidores - no ano passado bateu recorde de capta��o de R$ 71 bilh�es - porque apenas uma parcela pequena faz c�lculos sobre a rentabilidade real dos investimentos.
"Para os investidores que t�m pouco dinheiro e querem liquidez imediata, o mercado n�o oferece outras op��es al�m da poupan�a", completa Paulo Cesar Batista, professor da Universidade Estadual do Cear�. "O governo acaba tirando vantagens da aplica��o: simplicidade, liquidez imediata, isen��o do Imposto de Renda", afirmou. Segundo ele, os investidores da caderneta de poupan�a n�o recuperam a infla��o acumulada ao longo de todo o ano. "Outros fundos e aplica��es s�o muito complexos para o pequeno investidor. O custo da gest�o financeira torna imposs�vel que esse tipo de aplicador invista em outras modalidades", explica.