A inadimpl�ncia no varejo aumentou em 2013 mais do que os lojistas esperavam e a previs�o do setor � que a situa��o se agrave este ano. O crescimento no ano passado foi de 2,33%, superior aos 2% que projetavam a Confedera��o Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o SPC Brasil, respons�veis pelos dados.
Apesar de o n�mero de inadimplentes ter subido, o movimento de alta perdeu f�lego na compara��o com 2012, quando o crescimento foi de 12,18%. Essa desacelera��o � explicada, segundo o SPC Brasil, por juros mais altos e maior rigor dos bancos na hora de conceder empr�stimos. Ou seja, na avalia��o da CNDL h� um n�mero menor de pessoas contraindo novas d�vidas.
"A queda na inadimpl�ncia foi gerada porque menos pessoas tomaram empr�stimo. Cr�dito f�cil n�o existe mais, porque as taxas est�o mais altas e os bancos, mais restritivos", afirmou a economista da entidade, Luiza Rodrigues.
Para 2014, a expectativa da CNDL � que a inadimpl�ncia no setor fique, no m�nimo, igual � de 2013, mas "com vi�s de alta". A justificativa � que, pela primeira vez em v�rios anos, a perspectiva � de uma invers�o no "panorama positivo" do mercado de trabalho.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em dezembro que o financiamento para o consumo est� escasso no Pa�s, quando declarou que a economia brasileira cresce com duas pernas mancas. O Banco Central, tamb�m no m�s passado, apontou que espera diminui��o no crescimento do cr�dito no Pa�s em 2014. De acordo com c�lculos apresentados pelo BC, a proje��o de expans�o para este ano ficou em 13%, menor do que os 14% aguardados para o ano de 2013.
Compras
Mesmo com o impulso da Copa do Mundo, as vendas a prazo no varejo devem encerrar 2014 com crescimento menos favor�vel do que em 2013. No ano passado, o aumento foi de 4,12%, abaixo dos 4,5% esperados pela CNDL.
Para este ano, a expectativa � que a alta chegue, no m�ximo, a 4%. Segundo Luiza Rodrigues, a massa salarial continuar� crescendo a baixa velocidade ao longo de 2014. Ela disse, ainda, que o cen�rio econ�mico "� ligeiramente adverso para o com�rcio", devido � infla��o alta e das taxas de juros elevadas. "Com menos vagas de trabalho sendo criadas e com infla��o comendo sal�rios, o poder de compra � limitado."
A diferen�a entre o resultado de 2013 e a proje��o da entidade para as vendas no varejo, segundo ela, se deve ao movimento do emprego. "O mercado de trabalho est� menos aquecido do que a gente esperava", justificou.
Futebol
A Copa do Mundo ter� impactos diferentes nos setores do varejo, de acordo com a economista. Um dos grandes beneficiados pelo evento ser� o com�rcio de bebidas e alimentos, que n�o ocorrem por meio de vendas a prazo.
A compra de televis�es j� cresceu, segundo a CNDL, mas ainda tem grande f�lego para este ano. Luiza explica que, se n�o houvesse o impulso do evento, o crescimento das vendas no varejo poderia ser ainda menor. "Poucas contrata��es, taxas de juros elevadas e infla��o alta s�o desestimulantes para o com�rcio."
A economista afirmou que � esperada uma queda na venda de carros neste ano devido � recomposi��o da al�quota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Para os eletrodom�sticos da chamada linha branca, que tamb�m teve o tributo recomposto, a expectativa � de estabilidade nas vendas.
Em rela��o � taxa b�sica de juros, a Selic, a CNDL espera um aumento de 10% para 10,25% na primeira reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), cujo resultado ser� divulgado hoje. Depois desse crescimento, a entidade espera que a taxa se mantenha em 10,25% no restante do ano.