Bras�lia – A economia brasileira voltou a pisar no freio em novembro de 2013, m�s em que o indicador de atividade econ�mica produzido pelo Banco Central (BC) registrou varia��o negativa de 0,31%. A queda, apesar de j� ser esperada pelo mercado, surpreendeu pela intensidade. Mesmo entre os analistas mais pessimistas, as previs�es iam de uma retra��o de 0,1% a uma alta de 0,6%. Com o n�mero mais fraco que o projetado, crescem as chances de tamb�m o Produto Interno Bruto (PIB) decepcionar, uma vez que o �ndice de Atividade Econ�mica do BC (IBC-Br) � considerado um term�metro da economia.
A compara��o com novembro de 2012 mostrou uma eleva��o de 1,34%. Em 12 meses at� novembro, o indicador acumula alta de 2,43%. Muitos analistas acreditam que um novo resultado ruim em dezembro possa ser determinante para jogar por terra o desempenho do quarto e �ltimo trimestre de 2013. “Mesmo que n�o seja o cen�rio mais prov�vel, o fato de a economia ainda n�o ter mostrado a que veio acende essa luz amarela em rela��o a dezembro. Se houver nova queda, � poss�vel que tenhamos uma contra��o no resultado do PIB”, disse um economista de um grande banco de investimento, que pediu anonimato.
A discri��o tem justificativa. Caso a economia encolha no quarto trimestre do ano, tal qual ocorreu no terceiro trimestre, quando o PIB caiu 0,5%, o pa�s entraria num quadro de recess�o t�cnica. Ainda que n�o seja o pior dos cen�rios, j� que ningu�m espera uma recess�o, de fato, no acumulado de 2013, a palavra em si soa como palavr�o aos ouvidos dos assessores presidenciais.
Uma ala de t�cnicos governistas culpa o pr�prio BC e o mercado financeiro pelos trope�os da economia. Para eles, a escalada da Selic – que j� dura nove meses, desde abril de 2013 – incentivou empres�rios e investidores a colocarem o dinheiro no banco, para lucrar com os juros mais altos. Com isso, os projetos de expans�o de f�bricas e abertura de lojas, que poderiam gerar empregos e renda, foram interrompidos. De fato, a queda dos investimentos foi o principal fator a puxar o desempenho do PIB para baixo no terceiro trimestre de 2013.
Pesquisa muda desemprego
A taxa de desemprego no segundo trimestre de 2013 ficou em 7,4% no pa�s, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), que analisar� trimestralmente os n�veis de ocupa��o no pa�s. A nova pesquisa mostra desemprego mais alto do que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), pela qual a desocupa��o era de 6% em junho do ano passado. Diferentemente da PME, divulgada mensalmente com base em dados de apenas 45 mil domic�lios, a Pnad Cont�nua abrange 211 mil domic�lios em 3,5 mil munic�pios de �reas urbanas e rural.
Na avalia��o do economista chefe da Opus Investimento, Jos� Marcio Camargo, as taxas de desemprego devem aumentar em 2015 com o fraco desempenho da economia. Em Belo Horizonte, o desemprego no com�rcio cresce por motivos que v�o al�m da economia. Entre os lojistas do Hipercentro de Belo Horizonte, as perdas com as obras de BRT somadas ao cen�rio econ�mico empurram profissionais para a rua.
No Armarinho Cec�lia Dias, na Avenida Santos Dumont, no Centro, a redu��o foi de 50% no quadro em um ano. De acordo com o gerente Ivo Regino da Silva, a equipe passou de oito para quatro pessoas. Hoje ele e o s�cio viraram funcion�rios da loja e trabalham em diversas frentes. “Atendemos, gerenciamos, compramos”, explica. Entre os motivos para a redu��o de pessoal, ele lembra queda de 50% nas vendas, motivada pelas obras que ocorrem na regi�o h� dois anos.