Enquanto a ind�stria nacional continua com a produ��o em marcha lenta e reduziu o n�mero de trabalhadores at� novembro, as f�bricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) batem recordes de faturamento e emprego. Em 2013, as vendas das empresas instaladas no polo, dominadas por eletroeletr�nicos e itens de inform�tica, devem ter atingido R$ 81 bilh�es, nas proje��es da Superintend�ncia da Zona Franca de Manaus (Suframa). � 10% a mais que em 2012. O n�mero de empregos tamb�m foi o mais alto de todos os tempos nas ind�strias do polo: 129 mil, ante 118,7 mil no ano anterior.
“Estamos esperando um crescimento forte para este ano”, prev� o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira. Nessa previs�o, ele considera expans�o de 15% na produ��o de TVs por causa da Copa do Mundo, o impulso advindo dos cerca de 40 novos projetos industriais aprovados a cada dois meses no polo industrial de Manaus, o avan�o na fabrica��o de smartphones e a retomada no ritmo de produ��o de motos.
“2013 foi o ano do tablet”, afirma Nogueira. Em 2012 inteiro foram produzidos 197,6 mil tablets. Para 2013, a perspectiva � ter fabricado 2,5 milh�es de unidades. At� novembro, foram 2,2 milh�es de tablets produzidos em Manaus. Ele observa que a ind�stria local tem um perfil diferente da do Pa�s, pois � especializada em bens de consumo dur�veis que se renovam. Isso significa que, se um produto n�o vai bem, ele acaba sendo substitu�do por outro.
Essa flexibilidade da ind�stria do polo de Manaus explica em parte por que o n�vel de emprego foi recorde no ano passado. Mais otimista do que o superintendente da Suframa, o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de Manaus, Valdemir Santana, projeta que o polo tenha encerrado 2013 com 130 mil trabalhadores. “Esse � um n�vel �timo”, diz ele. Em dezembro do ano passado, o sindicato homologou 2.146 demiss�es, 13,4% a menos do que no mesmo m�s de 2012.
Discrep�ncia
Inaldo Seixas Cruz, supervisor t�cnico do Dieese do Amazonas, confirma o n�vel recorde de emprego da ind�stria do polo industrial de Manaus. Segundo ele, a discrep�ncia que h� entre o comportamento da ind�stria de transforma��o nacional e a de Manaus pode ser explicada em parte pelo fato de as f�bricas do PIM estarem voltadas principalmente para o mercado dom�stico.
A �ltima pesquisa de produ��o industrial do IBGE mostra que, de janeiro a novembro do ano passado, a ind�stria nacional cresceu 1,4% e a do Estado do Amazonas avan�ou 1,5% no mesmo per�odo. J� o pessoal ocupado na ind�stria caiu 1,1% no Pa�s em 2013 at� novembro.
O economista Mauro Thury de Vieira S�, professor da Universidade Federal do Amazonas, pondera que compara��es entre faturamento e volume de produ��o podem levar a diverg�ncias. De toda forma, os n�meros mostram comportamentos distintos entre a ind�stria nacional e a do polo de Manaus. Ele ressalta tamb�m que o peso da ind�stria do Amazonas na produ��o industrial brasileira � muito pequeno, 3,7%, e que na apura��o do IBGE n�o s�o incorporados produtos novos que fizeram toda a diferen�a na produ��o industrial de 2013.
Montadora
Para o ex-secret�rio de Pol�tica Econ�mica do Minist�rio da Fazenda, J�lio Gomes de Almeida, o comportamento da ind�stria de Manaus n�o se contrap�e ao da ind�stria de transforma��o nacional por dois motivos. O primeiro � que a sua representatividade � pequena. O segundo motivo � que a ind�stria de Manaus cresce sem agregar muito valor aos produtos fabricados.
Essa tamb�m � a avalia��o do economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rog�rio C�sar de Souza. “A Zona Franca de Manaus importa muitas pe�as e boa parte � montagem de produto. O faturamento est� crescendo porque tem demanda e a massa de rendimento m�dio do trabalhador continuou aumentando e o emprego tamb�m.”
Mas um estudo feito com dados do IBGE, por Vieira S� e pelo economista Jos� Alberto da Costa Machado, tamb�m da Universidade Federal do Amazonas, rebate com n�meros a cr�tica de que a ind�stria de Manaus n�o passa de uma montadora.
“A partir de 2006, a produ��o industrial de Manaus agregou mais valor do que a ind�stria nacional”, afirma Vieira S�.Em 2010, para cada R$ 100 produzidos, a ind�stria de Manaus agregou R$ 45,40 e a ind�stria brasileira, R$ 43,20, diz. A maior agrega��o de valor da produ��o de Manaus se deve, segundo Vieira S�, �s exig�ncias do Processo Produtivo B�sico (PPB), que determina �ndices de nacionaliza��o de componentes.