Warning: mkdir(): No space left on device in /www/wwwroot/lugardafinancas.com/zhizhutongji.php on line 51
Mesmo com reservat�rios baixos, hidrel�tricas operam a plena carga para bancar recordes de consumo - Economia - Estado de Minas-lugardafinancas.com (none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mesmo com reservat�rios baixos, hidrel�tricas operam a plena carga para bancar recordes de consumo

Aumento de gasto de energia n�o est�o sendo garantidos pelas termoel�tricas como se pensa


postado em 11/02/2014 06:00 / atualizado em 11/02/2014 07:49

Entre janeiro e fevereiro, deixou de chegar aos reservat�rios das usinas hidrel�tricas do Sudeste uma quantidade de energia equivalente � que entrou em agosto, setembro e outubro do ano passado. � como se esses reservat�rios, em apenas 40 dias, tivessem passado um per�odo de tr�s meses sem receber �gua. Em janeiro de 2013, a Energia Natural Afluente (ENA) na regi�o, que nada mais � do que a quantidade de energia que pode ser produzida conforme o regime de chuvas, foi de 45.513 megawatts m�dios (MWm). Um ano depois, esse volume caiu para 29.403 MWm, o que significa que o potencial de produ��o encolheu em 35,4%. Entre  1º e 9 de fevereiro do ano passado, a ENA estava em 55.200 MWm. Em igual per�odo de 2014, o indicador ficou em 19.710 MWm, uma queda de 35,7%.

De acordo com Fl�vio Neiva, presidente da Associa��o Brasileira das Empresas Geradoras de Energia El�trica (Abrage), a demanda m�dia de energia no Sudeste em janeiro foi de 66.821 MWm contra 59.800 MWm em janeiro do ano passado. O aumento de 7.021 MWm nos gastos � quase o dobro da energia firme que ser� oferecida em Belo Monte (4.300 MW). Entre um janeiro e outro, a demanda no pico tamb�m cresceu de forma assustadora – de 71.890 MW para 85.708 MW (19%).

Ao contr�rio do que se pode imaginar, todo esse aumento de consumo vem sendo bancado pelas usinas hidrel�tricas, que est�o trabalhando a toda a carga, e n�o pelas t�rmicas. Em janeiro do ano passado, elas geraram 36.635 MWm. Em igual m�s de 2014 foram 44.231 MWm. A diferen�a � de 7.596 MWm, volume que � praticamente igual a toda a energia firme que sai de Itaipu Binacional (8.540 MW). “Enquanto isso, estamos gerando o m�ximo das t�rmel�tricas, j� que n�o houve expans�o desse parque de usinas conforme o previsto. Em 2013 entraram 3.200 MWm em t�rmicas”, aponta Neiva.

Para os especialistas, a situa��o � fruto da conjun��o de tr�s fatores: a edi��o da MP 579, que sinalizou para os consumidores que eles poderiam aumentar o consumo de energia, a forte onda de altas temperaturas no pa�s e o crescimento vegetativo da popula��o brasileira. “Sem a MP 579 e sem o calor, a demanda cresceria 4% e n�o os 12% registrados”, resume o presidente da Abrage. Por causa desses fatores, o ponto mais alto do consumo, que tradicionalmente ocorria a partir das 18h, agora come�a �s 15h.

Preocupa��o A queda vertiginosa na energia natural afluente preocupa . “� como se os shoppings n�o vendessem no Natal”, compara Fl�vio Neiva. Os n�meros do Operador Nacional do Sistema El�trico mostram que o consumo no pico foi de 78.032 ao longo de 2013, mas a partir de dezembro come�ou a bater recorde atr�s de recorde at� chegar aos 85.708 MW apurados em 4 de fevereiro de 2014. Para Walter Froes, diretor da CMU Energia, o governo reduziu o pre�o do insumo na hora errada. “Al�m disso, um ar-condicionado pode ser adquirido em v�rias presta��es”, observa. Ele lembra que o Pre�o de Liquida��o das Diferen�as (PLD) est� em seu teto m�ximo (R$ 822) pela segunda semana consecutiva. At� aqui, o maior pre�o para a energia comercializada no mercado de curto prazo foi de R$ 570, em janeiro de 2008.

“O pa�s passa por um problema de gera��o de energia. Os reservat�rios est�o baixando e pode n�o chover, ou as chuvas podem continuar fracas. Os reservat�rios est�o baixando tamb�m porque o calor evapora a �gua. Isso quer dizer que a �gua que entra est� diminuindo e a que sai (para gerar energia) est� aumentando. As t�rmicas est�o no m�ximo. A situa��o � preocupante”, diz Jo�o Camilo Pena, ex-presidente da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig), ex-presidente de Furnas e ex-ministro da Ind�stria e Com�rcio.

Analistas do setor estimam que pelo menos R$ 8 bilh�es anuais gastos com termel�tricas — acionadas para compensar o baixo n�vel dos reservat�rios das hidrel�tricas — poderiam estar sendo poupados caso houvesse uma campanha nacional de conserva��o de energia. Al�m disso, o risco cada vez maior de racionamento seria totalmente afastado caso os consumidores ajudassem com uma singela economia m�dia de 5%. “Se em fevereiro n�o chover, vamos ter dificuldades s�rias em mar�o e abril. Esta � a hora de o governo chamar a popula��o para consumir menos energia”, avisa Penna.

Apelo por economia na mesa


Apesar dos riscos e do crescente custo da eletricidade, prevalece o receio da presidente Dilma Rousseff de esvaziamento do seu discurso pol�tico, caso um pedido de coopera��o do p�blico seja associado ao plano de racionamento de 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. “Essa ser� uma decis�o dif�cil de ser tomada. Se o governo admitir uma situa��o como essa, desencadear� uma sensa��o de inseguran�a muito grande”, afirma Fl�vio Neiva, presidente da Associa��o Brasileiras das Empresas Geradoras de Energia. Segundo ele, ainda n�o � hora de fazer esse an�ncio. Mas a situa��o pode mudar se as coisas n�o melhorarem nos pr�ximos 10 dias.

“Sairia bem mais barato para a popula��o e para o pr�prio governo reconhecer que a sa�da mais �bvia est� num ajuste espont�neo da demanda”, afirmou ao Estado de Minas o dirigente de outra entidade do setor el�trico. O Sum�rio Executivo do Programa Mensal de Opera��o, divulgado sexta-feira pelo ONS, mostrou uma alta de quase 60% em s� uma semana no valor de custo do megawatt-hora no Sul e Sudeste, saltando de de R$ 1.065,74 para R$ 1.691,39. O texto admite que h� necessidade de racionamento, mas descarta a ado��o de cortes, em raz�o de uma perspectiva de chuvas nas pr�ximas semanas e de um arrefecimento da onda de calor. Dados divulgados pelo ONS mostram que o volume de �gua armazenado nas duas regi�es na quinta-feira representava s� 37,6% da capacidade total, abaixo do n�vel de 2001, ano do racionamento.

Para o consultor Jo�o Carlos Mello, da Thymus Energia, o governo precisaria o quanto antes “abrir o jogo” e encarar a urg�ncia da “mais salutar das medidas”. “Embora estejamos em ano eleitoral, de nada adianta esconder a realidade. A natureza n�o tem ajudado e a falta de chuvas trouxe, sim, um quadro preocupante”, acrescentou. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)