O Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) lan�ou hoje um concurso p�blico nacional para escolha do anteprojeto de arquitetura do pr�dio anexo da institui��o, que ficar� localizado em �rea pr�xima ao complexo do Morro Santo Antonio, no centro do Rio de Janeiro. A �rea escolhida para sediar o novo edif�cio � cont�gua � sede do banco, na capital fluminense.
Aberto a pessoas f�sicas ou jur�dicas com registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), o concurso ir� premiar o primeiro colocado com R$ 1,2 milh�o. Segundo informou a assessoria de imprensa do BNDES, as propostas classificadas do segundo ao quinto lugar receber�o R$ 87,5 mil, R$ 75 mil, R$ 62,5 mil e R$ 50 mil.
O anexo ser� interligado � sede da institui��o e vai aproveitar vazios urbanos da �rea central da cidade. A obra viabilizar� a cria��o do Caminho de S�o Francisco, que facilitar� o acesso regular de cidad�os e turistas ao Convento de Santo Antonio e aos oito templos que integram o complexo, a partir da Avenida Paraguai.
Em entrevista concedida no in�cio de janeiro, o superintendente da �rea de Administra��o do banco, Carlos Roberto Haude, assegurou que a constru��o do novo pr�dio trar� vantagens econ�mico-financeiras para o banco. O projeto permitir� ao BNDES economizar R$ 6 milh�es que s�o gastos atualmente, por m�s, com o aluguel de salas em 18 andares do Edif�cio Ventura, situado na Avenida Chile, pr�ximo � sede.
Com total de 3.866,62 metros quadrados, o terreno pertence 38% � Fraternidade Franciscana, formada por leigos cat�licos privados, e 62% ao BNDES. Haude disse que o concurso para a escolha do anteprojeto arquitet�nico do edif�cio anexo do banco tem o objetivo de promover a arquitetura de qualidade no pa�s, al�m de fomentar a ind�stria da constru��o civil. “O concurso vai revelar novos talentos e novas tecnologias”, disse o superintendente. O projeto ter� de atender a princ�pios de sustentabilidade, com tratamento paisag�stico integrado com os jardins de Burle Marx no edif�cio-sede.
De acordo com a assessoria, a comiss�o julgadora do concurso ser� formada por dois t�cnicos do BNDES, um cr�tico e pesquisador de arquitetura, um profissional atuante no mercado de arquitetura corporativa e um arquiteto brasileiro de renome. A obra dever� ser iniciada no final de 2016, com conclus�o prevista para 2019.
O presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil se��o Rio de Janeiro (IAB-RJ), Pedro da Luz Moreira, disse � Ag�ncia Brasil que o edital do concurso, tal como foi elaborado, “fragiliza a atua��o profissional”. Ele analisou que a forma de organizar o concurso n�o est� de acordo com as regras da Uni�o Internacional dos Arquitetos (UIA), �rg�o consultivo da Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). “O IAB, quando organiza um concurso, procura se pautar por essa ordena��o da UIA, que s�o, basicamente, crit�rios para tentar defender a categoria frente � organiza��o do concurso”.
Segundo o presidente do IAB-RJ, a principal quest�o, que mostra a fragilidade do concurso lan�ado hoje pelo BNDES, � que “n�o h� garantia de que o vencedor vai desenvolver o projeto posteriormente, at� o final. Todo concurso que o IAB lan�a traz o valor do contrato que, no futuro, a equipe vai assinar com o �rg�o promotor do concurso. Esse concurso aqui n�o tem isso explicitado”. Ele deixou claro que um projeto de arquitetura n�o pode ser fracionado.
O instituto tem um modelo de desenvolvimento de concursos em duas fases, que prev� que a segunda etapa seja tamb�m remunerada. Pedro da Luz Moreira explicou que tendo um pre�o de contrata��o do projeto, a equipe, “seja qual for a experi�ncia dela, vai desenvolver esse projeto porque aquela remunera��o � adequada. Ela corre atr�s dos meios para fazer isso adequadamente”. Para Moreira, a divulga��o do valor do contrato futuro d� transpar�ncia ao processo e faz com que os arquitetos se interessem pelos concursos e sejam remunerados adequadamente.