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Estado de Minas CONJUNTURA � ENCRUZILHADA BRASILEIRA

Fam�lias endividadas, infla��o e juros em alta e d�lar caro tiram f�lego da ind�stria e com�rcio

Governo torce e tenta acelerar o PIB, mas perspectivas este ano s�o piores


postado em 23/02/2014 07:17 / atualizado em 23/02/2014 07:29

Movimento mais fraco nas lojas mostra esgotamento do consumo como mola do crescimento econômico(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press)
Movimento mais fraco nas lojas mostra esgotamento do consumo como mola do crescimento econ�mico (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press)

Bras�lia – De dedos cruzados no Pal�cio do Planalto, assessores da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reelei��o em outubro, torcem pelo cen�rio que leve ao menor preju�zo pol�tico e econ�mico. Diante do risco de recess�o t�cnica no fim de 2013, o governo trabalha com uma perspectiva de que o Produto Interno Bruto (PIB) do �ltimo trimestre do ano tenha ficado em um intervalo que varia de retra��o de 0,3% a alta de 0,3% — percep��o refor�ada por dados divulgados pelo Banco Central na semana passada. O quarto trimestre, tradicionalmente o mais forte do ano para o crescimento, parece ter decepcionado.

N�o por acaso, os dois principais motores do PIB, a ind�stria e o varejo, fraquejaram no fim do ano passado. Enquanto que a produ��o das f�bricas encolheu 3,5% em dezembro, o varejo recuou 0,2% — a primeira queda em nove meses. A alta dos juros b�sicos (Selic), que passaram de 7,25% ao ano, em abril de 2013, para 10,5% em janeiro, s� piora esse cen�rio. Afinal, com juros mais altos, nem empres�rios investem, nem consumidores t�m renda suficiente para conseguir comprar a prazo.

A alta do d�lar frente ao real tamb�m n�o colaborou com os exportadores como se esperava. Em 2013, a moeda norte-americana ficou, em m�dia, 15% mais cara que a divisa brasileira. Al�m da falta de competitividade dos produtos nacionais, o segmento sofre com a retra��o de Argentina e Venezuela, dois mercados importantes para a ind�stria de transforma��o brasileira e que est�o em meio a uma convuls�o pol�tico-social, mergulhados em questionamentos severos de seus modelos econ�micos.

A retirada de est�mulos monet�rios nos Estados Unidos tamb�m afeta os emergentes e jogou o Brasil no quadro dos cinco fr�geis, cuja lista � composta por Turquia, Indon�sia, �ndia e �frica do Sul. “� verdade que os mercados emergentes est�o sofrendo com isso, mas � verdade tamb�m que outros mercados est�o se beneficiando da recupera��o dos EUA. O Brasil, no entanto, n�o est� no grupo dos que mais se beneficiam”, alerta Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra.

Tens�o

No front dom�stico, o endividamento das fam�lias segue em n�veis elevados, 2013 fechou com 45,48% de toda a renda do ano comprometida com presta��es. Ao mesmo tempo, o poder de consumo dos trabalhadores tem sido corro�do pela infla��o, que, em 12 meses at� janeiro, acumula alta de 5,59% — as previs�es s�o de que em setembro esse indicador estoure o teto da meta de carestia, em 6,5% ao ano. Pesquisas mostram ainda que 77% dos brasileiros t�m o bolso como uma das principais preocupa��es por conta da piora do custo de vida, situa��o que tem levado a protestos nas ruas e nas redes sociais. O cr�dito, cada vez mais escasso e caro, deixou de ser uma das principais molas propulsoras do crescimento e o governo tenta uma guinada, at� o momento sem sucesso, do modelo econ�mico – quer fazer os investimentos capitanearem a expans�o do pa�s em substitui��o ao consumo.

O quadro real e os efeitos de todo esse cen�rio ser�o conhecidos na quinta-feira, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulga o resultado do PIB do ano passado. As expectativas s�o de um crescimento ao redor de 2% para o acumulado de 2013 e, caso se confirme a recess�o, o governo deve intensificar ainda mais o trabalho de comunica��o que tem feito para convencer de que o pior j� passou. As previs�es para 2014, no entanto, s�o piores do que as do ano passado. Na sexta-feira, o banco BNP Paribas informou que espera crescimento de 1% para o ano, taxa inferior que a mediana do mercado, que est� em 1,79%, menor tamb�m que a proje��o oficial do Minist�rio da Fazenda, de 2,3%.


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