A Pesquisa de Endividamento e Inadimpl�ncia do Consumidor, divulgada hoje pela Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, revelou retra��o do percentual de fam�lias brasileiras com d�vidas em mar�o, pelo segundo m�s consecutivo.
O �ndice caiu de 62,7%, em fevereiro, para 61%, em mar�o. De acordo com a CNC, � o menor patamar desde janeiro de 2013. Houve queda em rela��o a mar�o do ano passado, quando a taxa ficou em 61,2%. Foram ouvidos 18 mil consumidores em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal.
A economista da CNC, Marianne Hanson, observou, entretanto, que apesar da queda no n�mero de fam�lias endividadas, subiu o percentual de fam�lias com d�vidas ou contas em atraso (de 19,7%, em fevereiro, para 20,8%, em mar�o) e tamb�m daquelas que afian�am n�o ter condi��es de pagar suas d�vidas, de 5,9% para 7,1%, na compara��o mensal.
Marianne disse � Ag�ncia Brasil que o in�cio do ano � um per�odo importante para o aumento da inadimpl�ncia registrado em mar�o. “Outros indicadores apontam que a inadimpl�ncia de curto prazo, geralmente, sobe no in�cio do ano, por causa dos gastos extras que ocorrem no per�odo, al�m de reajustes de pre�os e tarifas”.
Lembrou que, este ano, outro fator que refor�ou a tend�ncia foi o aumento do custo do cr�dito. “A gente observou na nossa pesquisa que, devido ao aumento do custo do cr�dito, as fam�lias se disseram mais comprometidas com d�vidas”. A parcela m�dia da renda comprometida com d�vidas subiu de 29,7%, em mar�o de 2013, para 30,9%, em mar�o deste ano. Segundo a economista, 22% das fam�lias disseram ter mais da metade de sua renda comprometida com d�vidas no m�s pesquisado.
Ela salientou que na medida em que aumenta o comprometimento da renda com as d�vidas, aumenta o risco de inadimpl�ncia. “E o aumento do custo do cr�dito � o principal fator por tr�s disso”. Lembrou que a renda vem crescendo a um ritmo mais moderado, o que contribui para que as fam�lias n�o acompanhem o crescimento do peso das presta��es no or�amento e n�o possam enfrentar a expans�o do custo do cr�dito.
Em rela��o ao endividamento, a CNC apontou que devido � maior cautela com rela��o �s d�vidas, as fam�lias acabam preferindo quitar d�vidas antigas do que renovar os financiamentos. As condi��es menos favor�veis dificultam tamb�m que uma parcela maior das fam�lias com contas em atraso possa quit�-las.
Em rela��o ao n�vel de endividamento em compara��o ao total de fam�lias, a pesquisa mostra que o percentual das muito endividadas caiu de 12,1%, em fevereiro, para 11%, em mar�o deste ano. Foi observada pequena diminui��o de fam�lias mais ou menos endividadas e pouco endividadas. O percentual reduziu-se de 24,3% para 24%, e de 26,3% para 26%, respectivamente.
Marianne Hanson confirmou que a maior dificuldade em pagar as d�vidas se concentra nas fam�lias de menor poder aquisitivo. Para o grupo com renda at� dez sal�rios m�nimos, o percentual subiu de 7,2%, em fevereiro, para 8,6% em mar�o de 2014. Na compara��o com mar�o do ano passado, a alta foi 1,6 ponto percentual.
“A gente observou, inclusive, que a queda anual no percentual de fam�lias com d�vidas se deu somente na faixa de renda acima de dez sal�rios m�nimos. Essas fam�lias conseguiram quitar suas d�vidas”. Enquanto o percentual de fam�lias endividadas com renda acima de dez m�nimos passou de 57,1%, em mar�o de 2013, para 49,6%, em mar�o deste ano, para as fam�lias que ganham at� dez sal�rios, o percentual subiu, no mesmo comparativo anual, de 61,9% para 63,5%. “As fam�lias na faixa [de renda] menor continuam mais endividadas do que no ano passado, porque est�o com dificuldade de quitar as d�vidas, devido ao aumento do custo do cr�dito”. O cart�o de cr�dito foi apontado por 74,2% das fam�lias endividadas como um dos principais tipos de d�vida. Seguem-se carn�s, para 17,5% dos entrevistados, e financiamento de carro, para 14%.