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Estado de Minas

Infla��o cai em BH, mas alimentos in natura ainda pressionam o custo de vida

Pesquisa da Funda��o Ipead/UFMG aponta que em fevereiro a infla��o avan�ou 0,24%. J� o pre�o da banana prata, por exemplo, subiu 23,91%


postado em 11/03/2014 06:00 / atualizado em 11/03/2014 07:10

A dona de casa Sandra Rodrigues diz que sentiu a alta de preços principalmente no quilo da batata e da cenoura(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press )
A dona de casa Sandra Rodrigues diz que sentiu a alta de pre�os principalmente no quilo da batata e da cenoura (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press )
A infla��o em Belo Horizonte perdeu for�a em fevereiro, mas os alimentos in natura n�o deram folga ao drag�o e continuaram pressionando o custo de vida das fam�lias. No m�s passado, a infla��o avan�ou 0,24%, desacelerando ante janeiro, quando o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 1,65%, segundo pesquisa da Funda��o Ipead/UFMG. No entanto, os produtos in natura avan�aram 6,72%. O pre�o da banana prata, por exemplo, subiu 23,91%, enquanto o tomate teve alta de 15,67%.

Thaize Martins, coordenadora de pesquisas do Ipead, explica que a desacelera��o � normal para o per�odo, j� que janeiro � um m�s mais dispendioso para o consumidor. “Quando comparamos janeiro ante dezembro temos o impacto do novo sal�rio m�nimo. Mas em fevereiro essa varia��o j� n�o existe mais, � zero”, exemplifica. No ano passado, de acordo com a coordenadora, fevereiro foi, inclusive, de defla��o, ficando em - 0,20%. Os fatores que mais influenciaram os pre�os, destaca Thaize, foram interfer�ncia de safra e quest�es clim�ticas e a expectativa � de que eles se mantenham no mesmo patamar nos pr�ximos meses. Por outro lado, o recuo foi puxado pelo queda de 1,44% nos pre�os dos alimentos de elabora��o prim�ria, como o leite, que caiu 2%.

Para esticar o or�amento, a dona de casa Sandra Mara Rodrigues pesquisa os pre�os em pelo menos tr�s estabelecimentos no Bairro Santa Efig�nia, onde mora. “�s vezes, o mesmo produto, de qualidade ruim, est� muito mais caro em determinado supermercado e basta atravessar a rua para encontrar mais barato”, diz. Para ela, os principais avan�os foram sentidos na batata, encontrada por at� R$ 4,99 o quilo, e na cenoura, vendida por at� R$ 3,99. “Na pr�tica os valores subiram mais que a infla��o. Por isso, eu s� compro verduras da �poca e substituto o que est� muito caro”, detalha.

A forte contribui��o do grupo alimentos na infla��o tamb�m foi comprovada pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S), divulgado ontem pela Funda��o Getulio Vargas (FGV). Na primeira semana de mar�o, o custo de vida apresentou varia��o de 0,71%, 0,05 ponto percentual acima da �ltima taxa divulgada. Alimentos avan�aram 1,17% no per�odo, ante 0,82% registrado na �ltima semana de fevereiro. Os destaques ficaram no comportamento do item hortali�as e legumes, cuja taxa passou de 2,94% para 10,26%. A alta do tomate, por exemplo, foi de 24,55%, ante 9,05% registrada na �ltima medi��o.

Muito al�m da alta sentida nos alimentos in natura, a coordenadora de pesquisas do Ipead lembra ainda o impacto do esta b�sica, que considera a alimenta��o b�sica do trabalhador, que mesmo tendo ficado est�vel, com aumento de 0,93% em fevereiro, compromete 42,98% do sal�rio m�nimo. “Isso indica que o poder de compra do consumidor est� reduzido”, afirma. “Se ele tem que despender a metade do sal�rio para ter uma alimenta��o b�sica, a outra metade seria muito pouca para os demais gastos”, considera. Na cesta, o principal destaque foi o tomate Santa Cruz, com alta de 19,22%, seguido pela batata inglesa, que avan�ou 6,33%.

Informa��es da CeasaMinas refor�am a alta nos pre�os de hortali�as e frutas em fevereiro, ante janeiro. O quilo das frutas teve reajuste m�dio de 3,3% e o de hortali�as subiu 4,4%. Dentro da pesquisa, o tomate longa vida (53,9%) e banana prata (18,7%) apareceram como vil�es do or�amento, com maior alta nos pre�os. Al�m do tomate, outras hortali�as est�o mais caras. � o caso da beterraba (28,1%), do chuchu (21,9%) e milho verde (37,7%). Entre as frutas, as altas de pre�os mais relevantes foram o da melancia (18,9%) e mam�o hava� (7%).

REPASSES Al�m da seca, a entressafra tamb�m justifica os pre�os. “A expectativa � de que situa��o n�o se modifique muito at� abril e que o consumidor pague pre�o mais alto justamente pelas dificuldades que o produtor vem encontrando para trazer produto para o mercado. Esta � uma situa��o comum, que ocorre todos os anos”, analisa o chefe da Se��o de Informa��es de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Martins.

A coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, alerta que o pre�o pago ao produtor em alguns itens j� est�o mais altos. “Batata, leite e boi gordo tamb�m j� subiram e devem afetar toda a cadeia, chegando ao consumidor”, afirma. O quilo do tomate pago ao produtor saiu de R$ 1,04 em janeiro para R$ 1,73 em fevereiro, o boi gordo passou de R$ 103,20 para R$ 104,01 a arroba e a saca de 50 quilos de batata de R$ 28,13 para R$ 43,01.

O longo per�odo de estiagem seria a principal causa da eleva��o, por comprometer o desenvolvimento das lavouras. Os problemas que impactam no pre�o final do produto, como no caso da carne bovina, passam ainda pelas pastagens, atingidas pela seca. “Se n�o temos pastagem suficiente h� gasto maior com outros insumos, o que pode resultar numa aprecia��o dos pre�os nos produtos de pecu�ria”, sinaliza Aline.

 

IGP-DI acelerado 

A seca prolongada pressionou os pre�os das commodities (mat�rias-primas com cota��o internacional) e dos alimentos in natura no atacado, provocando uma intensa acelera��o na infla��o medida pelo �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI), revelou ontem a Funda��o Getulio Vargas (FGV). Em fevereiro, a taxa registrou alta de 0,85%, acima do esperado pelo mercado e mais do que o dobro do avan�o de 0,40% verificado em janeiro. J� o �ndice Nacional de Custo da Constru��o (INCC) subiu 0,33%, abaixo do registrado em janeiro (0,88%), em fun��o da aus�ncia de reajustes salariais no m�s passado. H�, por�m, novos acordos previstos para mar�o, o que pode causar nova acelera��o nos pre�os.


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