O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu, durante audi�ncia na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, nesta ter�a-feira, que o Brasil operou de maneira correta, depois de 2008, ao colocar barreiras para o ingresso de capital estrangeiro.
Segundo ele, o Brasil continua recebendo esses fluxos, ao redor de US$ 65 bilh�es por ano. "N�s t�nhamos preocupa��o prudencial. Sab�amos que esse ciclo seria revertido. N�s sempre nos preocupamos com a capacidade da economia de absorver grandes fluxos", afirmou. "Dif�cil dizer como seria a situa��o do Brasil hoje se n�o tiv�ssemos desacelerado esse ingresso de recursos".
Ajuda do c�mbio
Tombini afirmou tamb�m que n�o est� usando as reservas internacionais para defender um n�vel de d�lar em rela��o ao real. Ele garantiu, depois de ser questionado se existia uma cota��o ideal, que o regime cambial, no Brasil, � flutuante. "Nosso regime �, por defini��o, o que nos ajuda a absorver choques externos. N�o estamos usando as reservas para defender um pre�o, o c�mbio � flutuante", afirmou.
Rea��o a cr�tica do Fed
O presidente do BC avaliou tamb�m que o relat�rio do Banco Central norte-americano (Fed) sobre a fragilidade da economia brasileira tem v�rios problemas. "Esses estudos t�m suas fragilidades e isso n�o ajuda", disse, ap�s ouvir cr�ticas � pol�tica econ�mica do governo do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).
Segundo Tombini, a despeito da volatilidade de janeiro, a moeda brasileira tem se comportado bem ou melhor que v�rias outras moedas. O presidente do BC disse que o Brasil tem recebido fluxo. "Naqueles fluxos que dependem de vis�o de Pa�s, como renda fixa, os fluxos s�o fortes", afirmou.
Tombini tamb�m refor�ou que os investimentos estrangeiros diretos (IED) est�o financiando parcela expressiva do d�ficit em conta corrente. Na avalia��o do presidente do BC, o momento atual � um processo de normaliza��o das condi��es financeiras internacionais.
Segundo Tombini, o BC sempre atuou nesse ambiente de entrada e sa�da de fluxos. Ele lembrou que at� 2007 e 2008, o BC acumulou um colch�o de reservas que est� em um padr�o moderado pelo tamanho da economia brasileira. "Podemos transitar em v�rios cen�rios para suaviza��o dos pre�os relativos. No passado, acumulamos essa liquidez que entrava no Pa�s. Se tiver revers�o desse cen�rio, se voltarem fluxos mais fortes, aquela l�gica volta", afirmou. Tombini ressaltou que o BC nunca disse que deixou a pol�tica de acumula��o de reservas.
Depend�ncia externa
O presidente do BC destacou ainda durante a audi�ncia na CAE que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem uma depend�ncia pequena de fontes externas de recursos, o que � fator de seguran�a. Segundo ele, esse porcentual n�o passa de 9%. O SFN opera com recursos dom�sticos.
"N�o estamos dependendo do fluxo externo para girar o cr�dito interno. Por essas e outras � que temos uma postura de tranquilidade. Nossa tranquilidade n�o � desconhecimento dos desafios. O BC � um dos mais ativos nos mercados internacionais", afirmou.
Tombini disse que o Brasil tem um ativo que precisa ser preservado, que s�o as reservas internacionais, e que d�o ao BC uma vis�o bastante granular do que se passa no mercados internacionais. "Isso nos permite avaliar os riscos e tomar decis�es que sejam s�lidas e se sustentam ao longo do tempo", disse.