A entressafra de cana-de-a��car tem pressionado o pre�o do etanol e da gasolina em todas as regi�es do pa�s, e especialmente no Sudeste. Segundo o acompanhamento de pre�os feito pela Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), a gasolina subiu 0,77% no pre�o m�dio ao consumidor em todo o pa�s desde meados de fevereiro, e o etanol ficou 3,94% mais caro. No Sudeste, a alta da gasolina foi 1,16%, e a do etanol chegou a 4,87%.
"O pre�o da gasolina est� aumentando exclusivamente por conta do pre�o do �lcool anidro. O pre�o das refinarias da Petrobras est� fixo, mas as companhias distribuidoras est�o aumentando o pre�o toda a vez que compram das usinas. E os postos, que compram mais caro, repassam mais caro tamb�m. � um processo que sempre ocorre na entressafra, mas est� agravado pela estiagem. Teve ano que foi muito pior", diz o presidente da Federa��o Nacional do Com�rcio de Combust�veis (Fecombust�veis), Paulo Miranda Soares, que tamb�m � dono de posto de gasolina em Minas Gerais. "No meu posto, aumentamos R$ 0,06".
Desde o ano passado, 25% da gasolina � composta por �lcool anidro, que tem pre�o parecido com o do etanol. O presidente da federa��o acredita que o pre�o esteja subindo mais no Sudeste por quest�es clim�ticas, j� que o estado de S�o Paulo, que produz 70% do etanol do pa�s, tem sido um dos mais afetados pela estiagem. "Em Mato Grosso do Sul, em Mato Grosso e em Pernambuco, por exemplo, se tem outras usinas, que est�o em condi��es diferentes. E em S�o Paulo, com o desconto do ICMS, o �lcool era mais competitivo e tinha maior demanda. J� no Nordeste, o �lcool j� n�o estava compensando h� um tempo, e a procura pressiona menos".
As demais regi�es do pa�s tiveram aumentos menores para a gasolina e o etanol de 16 de fevereiro a 15 de mar�o. No Centro-Oeste, o pre�o m�dio ao consumidor subiu 0,48% para a gasolina e 1,97% para o etanol; no Norte, as altas foram 0,32% e 1,52%; no Nordeste, de 0,3% e 0,6%; e no Sul, de 0,43% e 3,49%.
A Uni�o da Ind�stria da Cana-de-A��car (Unica) informa que ainda n�o � poss�vel saber se a falta de chuvas esteja impactando o pre�o do etanol. "O etanol comercializado hoje foi produzido h� meses atr�s, quando a safra estava ainda em andamento e, portanto, n�o h� impacto imediato da seca nos pre�os do etanol. O impacto futuro da longa estiagem deste ver�o ser� conhecido apenas quando as perdas causadas pela seca forem devidamente avaliadas", diz nota da organiza��o.
A Unica informa tamb�m que os estoques de etanol no in�cio de fevereiro eram 10% maiores que os do mesmo per�odo do ano passado, o que se deve a uma safra 11% maior que a do ano anterior. A organiza��o atribui a press�o nos pre�os � demanda aquecida, que por sua vez, seria uma consequ�ncia da maior oferta de etanol no mercado.