Depois de nove aumentos consecutivos, o Banco Central (BC) interrompeu o ciclo de aperto monet�rio. Por unanimidade, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) manteve a taxa Selic – juros b�sicos da economia – em 11% ao ano.
� a primeira vez em 13 meses em que o Copom deixou de reajustar os juros b�sicos. Apesar da manuten��o, a taxa Selic permanece no maior n�vel desde novembro de 2011, quando tamb�m estava em 11% ao ano.
Quando a presidenta Dilma Rousseff tomou posse, em janeiro de 2011, os juros b�sicos estavam em 10,75% ao ano e foram gradualmente reajustados nos meses seguintes. Em agosto do mesmo ano, a taxa passou a ser reduzida sucessivamente pelo Copom at� atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor patamar da hist�ria. A Selic foi mantida nesse n�vel at� abril de 2013, quando o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros b�sicos para conter a infla��o.
A Selic � o principal instrumento do BC para manter a infla��o oficial, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econ�mica. De acordo com o Conselho Monet�rio Nacional (CMN), a meta de infla��o corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de toler�ncia de 2 pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o IPCA acumulado em 12 meses estava em 6,28% at� abril, mais que os 6,15% acumulados at� mar�o e cada vez mais pr�ximo do teto da meta. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com institui��es financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrar� 2014 em 6,47%. A estimativa foi elevada pela segunda semana seguida.
Por outro lado, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu 2,3% no ano passado e ainda est� sob o efeito de est�mulos do governo, como desonera��es e cr�dito subsidiado. De acordo com o Focus, os analistas econ�micos projetam crescimento de 1,63% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.
A taxa � usada nas negocia��es de t�tulos p�blicos no Sistema Especial de Liquida��o e Cust�dia (Selic) e serve como refer�ncia para as demais taxas de juros da economia. Ao reajust�-la, o Banco Central cont�m o excesso de demanda, que se reflete no aumento de pre�os, porque os juros mais altos encarecem o cr�dito e estimulam a poupan�a. Ao reduzir os juros b�sicos, o Copom barateia o cr�dito e incentiva a produ��o e o consumo, mas alivia o controle sobre a infla��o.