A incorporadoras PDG Realty e Tenda foram inclu�das na "lista suja" do Minist�rio do Trabalho, que relaciona empresas acusadas de manter empregados em condi��o semelhante � de trabalho escravo. No caso da PDG, o empreendimento em quest�o � um condom�nio residencial que est� sendo constru�do em Juiz de Fora (MG).
O problema com a Tenda, subsidi�ria da Gafisa, envolve dois empreendimentos: um projeto residencial tamb�m na cidade de Juiz de Fora, e outro canteiro em Belo Horizonte. Procurada, a assessoria de imprensa do Minist�rio do Trabalho n�o forneceu mais detalhes sobre a situa��o dos trabalhadores nas obras.
A Tenda disse que est� tomando todas as medidas e a��es cab�veis para promover a exclus�o de seu nome do cadastro. "A Tenda se posiciona de maneira s�lida e veemente contra qualquer pr�tica que n�o respeite os direitos trabalhistas de colaboradores, tanto do seu pr�prio quadro de empregados, como de seus fornecedores e parceiros", afirmou a empresa, em comunicado. A PDG n�o havia se manifestado at� a publica��o desta mat�ria.
Consequ�ncias
Com a inclus�o na lista suja, as incorporadoras perdem acesso a novos financiamentos de bancos p�blicos, como Caixa Econ�mica Federal e Banco do Brasil, e s�o vetadas na contrata��o de novos projetos dentro de programas p�blicos, como o Minha Casa, Minha Vida. Dentre as grandes empresas de constru��o do segmento residencial, a �ltima a integrar a lista foi a MRV Engenharia, que levou em torno de um a dois meses para deixar o cadastro.
Para o analista de constru��o civil Enrico Trota, do Ita� BBA, a inclus�o na lista n�o deve implicar em graves consequ�ncias operacionais para a Tenda. "Ainda que o sentimento seja negativo, o impacto sobre os fundamentos deve ser limitado", afirmou, em relat�rio para clientes do mercado financeiro. Na sua avalia��o, a inclus�o n�o afetar� novos clientes da Tenda, nem a libera��o de recursos que j� tenham sido contratados junto a bancos. "Mesmo que n�o haja previs�o de grandes impactos operacionais, o barulho � negativo e pode pesar sobre o desempenho das a��es".
J� no caso da PDG, a situa��o pode ser um pouco mais delicada. Segundo avalia a equipe de an�lise de constru��o civil do banco Credit Suisse, a companhia tem um volume relevante de projetos em fase de aprova��o e contrata��o de cr�dito. Al�m disso, a PDG est� em fase de renegocia��o de d�vidas corporativas com vencimento em 2014 e 2015. "Assim, acreditamos que potenciais proibi��es poderiam representar um vento contr�rio adicional na frente da renegocia��o da d�vida", afirmam os analistas Nicole Hirakawa, Luis Stacchini e Vanessa Quiroga, em relat�rio do banco.
A PDG obteve recentemente linha de R$ 320 milh�es com o Banco do Brasil. Mas at� o fim de mar�o, data de publica��o do �ltimo balan�o, a incorporadora contava com R$ 1,035 bilh�o em caixa e equivalentes e R$ 899 milh�es de d�vidas corporativas com vencimento at� o fim deste ano.