Ap�s a derrocada do 'Grupo X', o empres�rio Eike Batista tenta salvar uma das �ltimas companhias que ainda est�o sob seu controle - a mineradora MMX. Um dos mais prov�veis desenhos da opera��o de salvamento da empresa � a venda isolada da subsidi�ria MMX Sudeste, que engloba a mina de Serra Azul, em Minas Gerais, principal ativo do grupo.
Na opera��o, a MMX S.A, que tem 59,3% das a��es nas m�os de Eike, seria transformada em uma holding de participa��es. Enquanto tenta atrair um s�cio estrat�gico para a mina, a empresa busca alternativas financeiras como a venda de energia el�trica e dos direitos miner�rios em Corumb�, no Mato Grosso do Sul.
A separa��o da MMX Sudeste da holding � uma forma de tirar dos ombros do futuro dono do projeto de min�rio de ferro Serra Azul uma autua��o de R$ 3,8 bilh�es por tributos supostamente devidos no ano de 2007, diz uma fonte. O grupo contesta as multas, mas a disputa com a Receita � o calcanhar de Aquiles na negocia��o com investidores. A ideia � que a holding concentre o risco fiscal.
Tudo caminha para que as a��es de Eike, ainda controlador da mineradora, sejam dilu�das em um aumento de capital, como ocorreu na venda de outras empresas. Ao longo dos �ltimos dois anos, companhias como LLX (log�stica) e MPX (energia) foram vendidas para grupos estrangeiros e rebatizadas de Prumo e Eneva. A petroleira OGX, estopim da crise, e a companhia de constru��o naval OSX est�o em processo de recupera��o judicial. A CCX Carv�o Col�mbia vendeu duas minas por US$ 125 milh�es � Yildirim Holding. O Porto do Sudeste, que embarcar� o min�rio da MMX, foi 65% vendido.
A mineradora chegou a fechar uma lista com dois candidatos estrangeiros ao papel de s�cio estrat�gico na expans�o de Serra Azul, mas as negocia��es foram paralisadas pela queda dos pre�os do min�rio de ferro no primeiro semestre.
Sem um novo controlador ser� dif�cil ter acesso a cr�dito, j� que o BNDES fechou as portas ao projeto ap�s a crise do grupo. A expans�o da capacidade a 15 milh�es de toneladas de min�rio/ano requer investimento de US$ 1,4 bilh�o.
Os moldes da venda do controle de Serra Azul s�o semelhantes � ocorrida com o cons�rcio Trafigura/Mubadala, que assumiu 65% do Porto do Sudeste. A venda incluiu a transfer�ncia das d�vidas da MMX para os novos donos do porto. A empresa saiu quase livre de d�bitos banc�rios, hoje de R$ 70 milh�es.
Apesar disso, a MMX tem dois outros passivos que pesam nas discuss�es com potenciais compradores: o contrato de "take or pay" (que prev� pagamento obrigat�rio mesmo sem uso do servi�o) para transporte ferrovi�rio de min�rio com a MRS Log�stica e uma d�vida de R$ 431 milh�es com fornecedores de equipamentos.
Reestrutura��o
O conselho da MMX acaba de aprovar a contrata��o da Angra Partners, consultoria que est� � frente da reestrutura��o da EBX, para conduzir as negocia��es com os fornecedores de equipamentos para Serra Azul. H� pequenos fornecedores envolvidos, mas 90% do cr�dito se concentram em 10% deles. Um pedido de recupera��o judicial, a exemplo de OGX e OSX, n�o � cogitado.
J� o contrato com a MRS est� sendo discutido em uma c�mara arbitral na Funda��o Getulio Vargas (FGV). A MMX segue provisionando os valores correspondentes �s multas por descumprir parte do contrato. O caso foi levado tamb�m � Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Ao mesmo tempo, os grupos tentam costurar uma solu��o amig�vel.
Enquanto n�o encontra um s�cio, a MMX busca alternativas para ganhar liquidez. No dia 1º de julho, o conselho de administra��o aprovou a venda de parte da energia el�trica contratada pela empresa para consumir nos anos de 2016, 2017 e 2018. A transa��o ser� intermediada pela Cia Positiva de Energia. O grupo tem dispon�veis 6.120 MW nos tr�s anos para venda no mercado livre, cujos pre�os explodiram este ano diante do baixo n�vel dos reservat�rios no Pa�s.
O conselho tamb�m deu sinal verde para a assinatura de contratos de arrendamento dos direitos miner�rios da subsidi�ria MMX Corumb�, com op��o de compra futura. A reportagem apurou que h� um grupo estrangeiro e um nacional interessados nos ativos.
Em setembro, a MMX anunciou negocia��es potenciais com a Vetria Minera��o, sociedade entre ALL, Vetorial Participa��es e Triunfo. Com aval do conselho, a MMX pode dar prosseguimento �s conversas com os investidores. Uma das propostas prev� a entrada de algum dinheiro no caixa da companhia, que encerrou o primeiro trimestre em R$ 86,7 milh�es.
A escolha pelo arrendamento com op��o futura de compra e n�o a venda direta em Corumb� tamb�m � reflexo das pend�ncias da MMX com a Receita. Assim, a outra parte pode assumir o ativo plenamente ap�s sanada a quest�o fiscal. A MMX tamb�m estuda a venda de um terminal ferrovi�rio em Minas e n�o descarta se desfazer da fatia de 35% no Porto do Sudeste.