Em meio ao processo de reestrutura��o, a operadora Oi tenta negociar o adiamento do leil�o de 4G da faixa de 700 MHz (Megahertz), que est� programado para setembro. Fontes afirmam ainda que a Telef�nica tamb�m estaria fazendo coro � Oi.
"� um contrassenso (o leil�o), j� que a nova frequ�ncia entrar� em opera��o at� 2016. � como se alug�ssemos uma casa sem poder ocup�-la porque tem um inquilino dentro", disse uma fonte da operadora, referindo-se ao canais de TV anal�gica que utilizam essa frequ�ncia. Segundo essa fonte, caso o leil�o de fato ocorra, a operadora n�o ficar� de fora. "Vamos avaliar as �reas que nos interessa", disse. "Temos um capex (investimento) seletivo, que ser� direcionado (ao leil�o)", disse.
De acordo com outra fonte, a Telef�nica tamb�m estaria pressionando Bras�lia pelo adiamento do leil�o por ainda n�o ter se beneficiado totalmente dos investimentos no 3G. Procurada, a Telef�nica n�o comenta o assunto. A Tim, controlada pela Telecom It�lia, � a �nica a apoiar abertamente o leil�o. Na semana passada, o presidente da Telecom It�lia, Marco Patuano, que esteve com a presidente Dilma Rousseff, reiterou o interesse no leil�o. A Claro n�o comenta o assunto, uma vez que ainda est� � espera do edital.
Nos bastidores do governo, o leil�o do 4G na frequ�ncia de 700 MHz � tratado como "prioridade zero". � fort�ssima a press�o do Tesouro Nacional para que a licita��o ocorra logo pois � esperada uma arrecada��o de R$ 10 bilh�es para fechar as contas do ano. Na semana passada, reuni�o t�cnica da Anatel com o Minist�rio das Comunica��es tratou dos preparativos do leil�o. N�o h�, no escal�o t�cnico, sinal de adiamento. Se isso ocorrer, ser� uma decis�o tomada em n�vel mais alto, mais precisamente, no Pal�cio do Planalto.
Para os t�cnicos, a press�o pelo adiamento n�o � novidade, lembrando que no leil�o da faixa de 2,5 MHz ocorreu o mesmo. Empresas alegavam estar sem caixa e que n�o poderiam concorrer. A faixa que ser� leiloada agora � considerada mais "nobre" do que a de 2,5 MHz, porque permite abranger uma �rea maior, com menos investimentos. Ela tem, de fato, um problema, que � definir os crit�rios para "limpeza" da faixa, ou seja, tirar dela as emissoras de TV. A Anatel vai arbitrar uma faixa de pre�o, e esse talvez seja o ponto mais delicado do edital.
Caixa apertado
Para a Oi, participar do leil�o 4G significa fazer mais desembolso. Ap�s a confirma��o do calote de 897 milh�es tomado pela s�cia Portugal Telecom, a companhia est� no alerta vermelho do mercado. As aten��es se voltam para a estrutura financeira da CorpCo, que nasce da fus�o com a PT, e j� est� com a imagem arranhada em termos de governan�a corporativa.
O principal objetivo da uni�o era injetar mais recursos na companhia, aumentando a sua capacidade financeira e de investimentos. Para isso, foi realizado em abril um aumento de capital pela Oi, do qual a PT contribuiu com os seus ativos, avaliados em R$ 5,7 bilh�es. Agora, essa inje��o encolheu.
Com os recursos, a "nova Oi" poderia reduzir o seu alto endividamento e ganharia f�lego para investir e se tornar mais competitiva. Ap�s o epis�dio da Rioforte, a Standard & Poor’s e a Fitch Rating rebaixaram a nota de cr�dito da Oi. Analistas destacaram que sem o pagamento, a m�trica de cr�dito da empresa est� mais pressionada. A expectativa era de que o pagamento iria para o caixa da companhia e seria usado para pagar d�vida. Analistas calculam que a d�vida l�quida da CorpCo passar� de R$ 42 bilh�es para R$ 45 bilh�es.
J� a Oi considera que o prazo da d�vida � longo. O foco � obter resultados com sinergias e melhorias operacionais e intensificar as vendas de ativos n�o estrat�gicos. Colaboraram Mariana Sallowicz e Mariana Dur�o.