Cerca de 20% das rotas operadas atualmente pelas companhias a�reas brasileiras poder�o receber subs�dios do plano de avia��o regional, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac). A Azul deve receber mais da metade do valor destinado ao subs�dio de rotas existentes e ser a companhia mais beneficiada.
O governo publicou na segunda-feira,28, uma medida provis�ria que autoriza a Uni�o a transferir recursos a empresas para a realiza��o de voos regionais. Segundo o texto, poder�o ser contemplados voos com origem ou destino em aeroportos de pequeno ou m�dio porte. A Secretaria de Avia��o Civil (SAC) considera como regionais aeroportos com movimenta��o anual de at� 800 mil passageiros por ano - h� 122 aeroportos com essas caracter�sticas no Pa�s, de acordo com a Anac.
Dos 18,9 mil voos semanais nacionais, 3.740 chegam ou partem desses aeroportos e podem receber subs�dio, aponta levantamento feito pela reportagem com base na malha a�rea vigente. A estimativa da SAC � transferir R$ 1 bilh�o �s empresas ao ano.
A Azul � a empresa que voa para o maior n�mero de cidades brasileiras, com mais de 100 destinos atendidos. A companhia tem 36% dos seus voos enquadrados no programa de est�mulo ao setor, segundo o levantamento. Com o incentivo do governo, a Azul planeja comprar avi�es e ampliar o n�mero de destinos atendidos, disse anteontem o presidente da Azul, Antonoaldo Neves.
As l�deres no mercado brasileiro TAM e Gol voam com avi�es maiores e s�o focadas em rotas entre cidades grandes. Mas alguns de seus destinos atuais, como Maring� (PR), S�o Jos� do Rio Preto (SP) e Santar�m (PA), t�m movimento inferior a 800 mil passageiros por ano. A Gol tem 11,8% dos seus voos em aeroportos regionais e deve receber quase 19% do subs�dio pago aos voos existentes. J� a TAM tem aproximadamente 7% das suas rotas enquadradas no programa e deve receber quase 10% do valor. O programa tamb�m pode beneficiar empresas menores, como Passaredo, Sete e MAP, que t�m, respectivamente, 49%, 90% e 100% dos voos em aeroportos pequenos.
Para o professor Elones Ribeiro, diretor da faculdade de Ci�ncias Aeron�uticas da PUC-RS, o plano pode trazer novas empresas ao setor. "Antigamente muitas empresas faziam voo regional porque havia subs�dio. Acho que o plano pode estimular o surgimento de novas empresas." Colaborou Nayara Fraga.