O diretor de Pesquisas Macroecon�micas do Bradesco, Octavio de Barros, disse nesta quinta-feira, que no departamento econ�mico do banco n�o se trabalha com a tese de que uma s�rie de reajustes de tarifa de servi�os, o chamado tarifa�o, possa provocar uma explos�o na taxa de infla��o do Pa�s.
De acordo com ele, que proferiu palestra em evento da SCA System Consultores Associados em S�o Paulo, � sabido que se necessita ajustar os pre�os administrados, mas "n�o acreditamos na tese do tarifa�o no sentido de que vai haver uma explos�o da infla��o". Para o economista, enquanto os pre�os administrados estiverem sendo ajustados, outros pre�os como os dos alimentos e dos servi�os dever�o mostrar queda.
Para o Bradesco, a tarifa de energia dever� ser aumentada em 16% neste ano e em 14,50% em 2015. Para a gasolina o economista espera um aumento de cerca de 5% na bomba para este ano, o que significa mais ou menos 16% de alta nas refinarias. "E isso j� est� no nosso IPCA para o ano que vem", disse Barros, que projeta uma infla��o de 6,3% para este ano e de 6% para 2015.
C�mbio
De acordo com Barros, h� muita controv�rsia nas discuss�es sobre a taxa de c�mbio. "Nenhum economista s�rio pode dizer que o c�mbio vai ser isso ou aquilo. A nossa previs�o assusta muita gente porque alguns acham que precisamos ter mais c�mbio. � natural, n�o vou brigar se algu�m nesta sala dizer que precisamos de mais cinco centavos na curva a cada ano", afirmou.
"Mas n�o posso deixar de mencionar que o que determina c�mbio no curto prazo n�o s�o os fundamentos macroecon�micos. N�o � pessoal", enfatizou Barros. "Fundamento determina c�mbio", continuou, "� no m�dio e longo prazos. No curto prazo, o que determina taxa de c�mbio � confian�a. Confian�a sim aprecia c�mbio".
De acordo com o diretor do Bradesco, "se piorar a confian�a, o c�mbio pode se apreciar mais ainda". Ainda segundo ele, se as taxas de juros dos Treasuries dos EUA "se abrirem mais r�pido � evidente que a taxa de c�mbio aqui vai andar mais r�pido tamb�m".
"Mas eu n�o acredito. Acho que as Treasuries v�o se abrir de forma muito lenta e acho que, com os ajustes adaptativos que n�s vamos fazer, independente de quem vai ganhar a elei��o, poderemos ter uma melhora da confian�a e isso atenua bastante a deprecia��o que, teoricamente, os fundamentos sugerem. Al�m do que o diferencial entre as taxas de juros do Brasil e do mundo vai continuar gigantesco", explicou, acrescentando que para o cen�rio inflacion�rio isso � relevante.
"N�s temos um patamar de infla��o que vai manter a taxa de juros ainda neste patamar de 11%. E a taxa de juros no mundo vai continuar relativamente baixa. Ou algu�m se ilude que Jap�o e Europa e mesmo Estados Unidos v�o crescer de forma exuberante levando a uma mudan�a na pol�tica monet�ria?", questionou Barros.
Ent�o, disse ele, esse diferencial de juros num pa�s como o Brasil, que n�o tem problemas de solv�ncia, de calote, manter� os fluxos de capitais interessados ainda em Brasil.
O Bradesco trabalha com taxas de c�mbio de R$ 2,35 em 2014, R$ 2,45 em 2015, R$ 2,55 em 2016, R$ 2,62 em 2017 e R$ 2,70 em 2018.