Mercado tur�stico oferece poucas e onerosas op��es para quem quer se hospedar sozinho

Conhecer o mundo sozinho seja para um roteiro de aventura ou para descansar na praia � um projeto que n�o tem pre�o, mas os solteiros reclamam das poucas op��es para eles e dos valores cobrados quando a op��o � ficar no quarto single, s� para um.. No Brasil, os cruzeiros se tornaram op��o de lazer, entretenimento e relacionamento para muitos solteiros, mas especialistas apontam que o mercado nacional ainda tem muito a avan�ar no desenvolvimento de produtos pensados especificamente para esse p�blico. No pa�s, se hospedar sozinho em hot�is de tr�s, quatro ou cinco estrelas, significa pagar at� 40% mais pela acomoda��o.

Mostrando tend�ncia mundial, pesquisa do Minist�rio do Turismo sobre o perfil do visitante estrangeiro no Brasil mostra que 38,5% deles viajam sozinhos e t�m renda mensal m�dia de US$ 3,5 mil. O percentual � maior que o das fam�lias, que representam 24,7% dos visitantes estrangeiros no pa�s, e que casais sem filhos que somam 17,9%.

H� tr�s meses, a analista de comunica��o Jana�na Rochido, de 33 anos, deixou a casa dos pais e passou a somar no grupo daqueles que moram sozinhos. Jana�na, que assumiu as contas e passou a ir ao supermercado com mais frequ�ncia, reclama do formato dos alimentos, que estragam na geladeira, mas � no turismo que est� sua maior queixa. Ela aponta preconceito das pessoas e tamb�m das ag�ncias de viagens em rela��o a uma mulher viajar sozinha e diz que a diferen�a no valor de um passeio s� ou acompanhado � grande. “Primeiro, eles te perguntam muitas vezes se realmente voc� vai sozinha. Quando ficam convencidos de que essa � a sua escolha, te mostram os pre�os. Como viajo, geralmente, com pacotes de ag�ncia, acabo pagando o dobro. Quando fui para a Europa, por exemplo, acabei pagando R$ 1 mil a mais do que se tivesse ido com algu�m.”

CONTA MAIS PESADA Desse problema a engenheira Tatiana Paiva tamb�m compartilha. Apesar de n�o viajar com pacotes, ela conta que, estar s� em um passeio custa mais caro porque, muitas vezes, a conta do t�xi n�o pode ser dividida, assim como um prato da refei��o em um restaurante. No entanto, produtos que poderiam ter pre�os melhores ainda custam caro. “N�o h� hot�is com muitas op��es de quarto para uma pessoa, ent�o, o viajante solteiro acaba gastando mais”, ressalta.

Maarten Van Sluys, consultor na JR & MvS, especializada no segmento de hotelaria, admite que o setor ainda precisa acordar para o potencial desse enorme p�blico consumidor. “Os primeiros a atentar para isso e sair na frente foram os hot�is econ�micos, que j� oferecem tarifas melhores, assim como espa�os que proporcionam o relacionamento entre as pessoas.” Segundo o especialista, os cruzeiros oferecem boas op��es a esse p�blico, no entanto, destinos como os resorts em praias ainda focam fam�lias e grupos. “As op��es em resorts ainda s�o muito fracas no Brasil. N�o se comparam �s alternativas oferecidas em regi�es como o Caribe, M�xico ou Espanha.”

As fam�lias s�o o grande p�blico das ag�ncias de turismo, mas solteiros que viajam sozinhos ou com amigos j� chegam a 20% do total, em algumas empresas. � frente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is em Minas (ABIH-MG), Patr�cia Coutinho diz que os solteiros, no geral, quando viajam sozinhos, procuram hospedagens como os hostels, prop�cios ao relacionamento. Segundo ela, a busca por acomoda��o individual em hot�is de quatro e cinco estrelas � mais focada no turismo de neg�cios.