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Estado de Minas

Jovens deixam de ser maioria na BM&FBovespa

Na vis�o de especialistas, falta vis�o a longo prazo e sobra incertezas sobre os rumos da economia do pa�s


postado em 15/09/2014 08:19 / atualizado em 15/09/2014 08:35

Acompanhar o sobe-e-desce da Bolsa e manter a cabe�a fria e focada no longo prazo n�o � tarefa para todos, principalmente para os investidores mais jovens.

Quando come�ou a investir em a��es em 2007, o administrador Marcelo Buzzi, hoje com 28 anos, sentia na pele o dia a dia da volatilidade do Ibovespa. Enquanto acompanhava as not�cias e os �ndices, ele n�o conseguia deixar de pensar no seu dinheiro investido em a��es - e se era hora de vender ou manter os investimentos. "A volatilidade me incomodava muito", diz. Nos �ltimos anos, o administrador mudou de foco e passou a investir em fundos multimercado. Apesar de ter a��es em sua composi��o, os fundos t�m gest�o profissional, o que livra o investidor das preocupa��es di�rias sobre o dinheiro aplicado.

Assim como Buzzi, muitos jovens fugiram da Bolsa nos �ltimos anos. Na compara��o de agosto de 2010 com o mesmo m�s deste ano, os investidores com idade entre 26 e 35 anos deixaram de ser maioria na Bolsa, passando de 26,7% para 19,8% do total. Desde 2010, a BM&FBovespa divulga os dados de perfil de investidores m�s a m�s.

No fim de 2010, a Bolsa - pela �nica vez - passou a marca de 600 mil CPFs cadastrados. Desde ent�o, a curva oscila entre estabilidade e queda. O mercado brasileiro fechou 2013 com 589 mil investidores pessoas f�sicas. J� o Ibovespa registrou queda de 15,5% no ano passado - o pior desempenho entre as principais bolsas do mundo. Neste ano, em raz�o das expectativas eleitorais, o Ibovespa tem forte volatilidade, mas acumula alta de 10,5%. Neste ano, nenhuma empresa fez oferta p�blica de a��es (IPO, na sigla em ingl�s) na BM&F Bovespa, mas o governo divulgou medidas para incentivas os IPOs de pequenas e m�dias empresas.

Onde est� o jovem


Na avalia��o de especialistas e agentes de mercado, o jovem tem dificuldade de se manter na Bolsa pela falta da vis�o de longo prazo. Outros fatores influenciam, como as incertezas sobre os rumos da economia do pa�s. Al�m disso, a rentabilidade da renda fixa � mais atrativa.

Na vis�o de Eduardo Glitz, diretor de varejo e s�cio da XP Investimentos, o jovem � mais suscet�vel a investir na Bolsa quando o produto "est� na moda". "O cliente mais velho, por outro lado, consegue assimilar melhor que a Bolsa � um investimento de longo prazo".

Segundo ele, a redu��o da taxa b�sica de juros, a Selic, para m�nima hist�rica de 7,25% ao ano em outubro de 2012 n�o durou o suficiente para levar o investidor para os riscos da renda vari�vel. De volta a um ciclo de alta, a taxa Selic - hoje em 11% ao ano - mant�m a renda fixa atrativa. "Houve muita migra��o de investidores para as deb�ntures incentivadas e Letras de Cr�dito Imobili�rio e Agr�cola, que tamb�m s�o isentas de Imposto de Renda", lembra Glitz.

Na vis�o de Caio Cordeiro, presidente da A��o Jovem, associa��o que trabalha para estimular e divulgar a cultura do investimento no Brasil, hoje o jovem poupa menos. "Com a infla��o maior e as pessoas endividadas, n�o sobra dinheiro", diz. Segundo ele, quando a A��o Jovem come�ou a atuar, em 2003, o principal objetivo das palestras e cursos era a divulga��o dos tipos de investimentos. Hoje, o foco est� em um passo atr�s: como organizar as finan�as para sobrar dinheiro.

"Atendemos jovens de v�rias classes sociais, a maioria aprende dando murro em ponta de faca. Pegando cr�dito e gastando. Mas tem pouco contato com produtos financeiros e baixa vis�o de longo prazo", conta.

Na parcela dos jovens que consegue investir, Cordeiro observa uma migra��o forte para fundos imobili�rios e produtos previdenci�rios.

�pice de Bolsa

No auge da euforia, entre 2006 e 2007, o n�mero de investidores pessoas f�sicas chegou a dobrar de um ano para o outro. "Foi um momento de muito crescimento mundial e de boas not�cias sobre a economia brasileira", avalia o consultor financeiro Conrado Navarro. Segundo ele, essa conjuntura chamava a aten��o para a renda vari�vel. "Mas enquanto a renda fixa pagar muito, o conceito de um investimento de risco no Brasil ser� menos difundido", diz.

Em parte, o aumento dos mais velhos na Bolsa � consequ�ncia do envelhecimento daqueles que entraram na Bolsa massivamente entre 2006 e 2007. Mesmo assim, os indicadores do perfil do investidor revelam que, na ponta, a entrada dos mais jovens no mercado de a��es caiu.

Aplica��es

Historicamente, s�o as pessoas com mais de 66 anos de idade que t�m mais dinheiro em a��es. Dos R$ 124 bilh�es aplicados na Bolsa at� agosto, 44,4% estavam em poder dessa faixa et�ria. Enquanto isso, os investidores com idades entre 26 e 35 anos respondiam por 3,8% das aplica��es.

Recentemente, a BM&F Bovespa informou que est� contratando um estudo para retomar o plano de alcan�ar cinco milh�es de CPFs. Procurada pela reportagem, a Bolsa n�o quis comentar os dados sobre o perfil do investidor.


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