Confrontado com questionamentos sobre o n�vel de investimentos no Brasil, Sergei Soares, presidente do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) disse haver "um n�" e que, sem solu��o, o pa�s n�o voltar� a crescer. "� institucional, � or�ament�rio, � um n� muito dif�cil de a gente resolver. E mais uma vez, independentemente de quem ganhar o pr�ximo governo, a gente tem de rever isso, porque com taxa de investimento a 17% a gente n�o vai crescer a 5%. A gente precisa aumentar isso, � uma das nossas grandes preocupa��es", disse o presidente do �rg�o, que � ligado � Secretaria de Assuntos Estrat�gicos (SAE) da Presid�ncia da Rep�blica.
Soares ainda destacou a necessidade de avaliar as limita��es institucionais ao investimento, diante de leis "bem intencionadas", mas restritivas no que se refere aos gastos do governo. Al�m disso, ele destacou a necessidade de atrair capital privado para o investimento das empresas, hoje financiadas basicamente por institui��es p�blicas como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).
"O pr�prio BNDES acha que esse � um arranjo que n�o se sustenta desse jeito. A gente precisa ter mais participa��es de a��es, deb�ntures, se poss�vel os bancos privados", disse Soares a uma plateia de representantes de think tanks de todo o mundo, durante evento na Funda��o Getulio Vargas (FGV), no Rio. Segundo ele, o instituto tem trabalhado em linhas de pesquisa para tentar desatar esses n�s.
O presidente do Ipea tamb�m classificou como um "desafio urgente do pr�ximo governo" a tarefa de clarificar o arranjo institucional de �gua e saneamento. Principalmente em S�o Paulo, o abastecimento de �gua tem preocupado, j� que os reservat�rios t�m batido recordes m�nimos hist�ricos.
O instituto tamb�m tem trabalhado em linhas de pesquisa sobre reforma pol�tica, disse Soares. "A gente espera participar do debate sobre reforma pol�tica se e quando vier. Todo mundo diz que tem de fazer reforma pol�tica. Agora, na hora de fazer, acontece muito pouco."
Or�amento
Soares, por�m, destacou que a estrutura do Ipea tem sido limitada pelas restri��es na arrecada��o do governo federal. "N�o que o Ipea n�o seja a prioridade do governo, mas estamos vivendo um ano com dificuldades fiscais consider�veis, e ano que vem vai ser consider�vel tamb�m. N�o est� f�cil", afirmou.
Segundo o presidente do Ipea, o �rg�o perdeu 30% do or�amento discricion�rio nos �ltimos tr�s anos. Em entrevista ap�s a palestra, contudo, ele esclareceu que n�o houve cancelamento de pesquisas ou redu��o de pessoal. "Estamos fazendo o mesmo com menos", disse. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) anunciou o adiamento de duas pesquisas (Censo Agropecu�rio e Contagem da Popula��o) em fun��o de um corte no or�amento referente a 2015.