O pre�o da energia subiu acima da infla��o para os clientes de quatro em cada cinco distribuidoras brasileiras na �ltima d�cada, aponta estudo do Instituto Brasileiro de Economia e Finan�as (Ibecon). O levantamento mostra que, entre 2004 e 2014, o pre�o da energia chegou a subir at� 167,7%, o equivalente a duas vezes e meia a varia��o da infla��o no per�odo.
A tend�ncia de eleva��o dos pre�os se intensificou em 2014, quando os reajustes foram pressionados pela falta de chuvas e consequente acionamento das usinas t�rmicas. As tarifas de algumas das principais distribuidoras do Pa�s chegaram a subir mais de 30% neste ano, caso da Elektro, com reajuste de 37,8% anunciado em agosto.
Os clientes da distribuidora, que atende 2,4 milh�es de unidades consumidoras em 223 munic�pios no interior dos estados de S�o Paulo e do Mato Grosso do Sul, tiveram reajuste efetivo de 104,7% desde 2004, segundo o Ibecon. Neste mesmo intervalo, o pre�o da CPFL Paulista atingiu varia��o de 167,7%, a maior do Pa�s, equivalente a mais de duas vezes a varia��o do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M).
O estudo, explica o diretor-presidente do Ibecon, Jenner Ferreira, considera o reajuste efetivo aplicado pelas grandes distribuidoras fora do hor�rio de ponta aos clientes da categoria A-4, composta basicamente por consumidores de alta tens�o de m�dio porte. A escolha desse grupo, formado por shopping centers, supermercados, ind�strias de cer�mica e tintas, entre outros clientes, foi definida em fun��o de ser um perfil de atendidos por todas as distribuidoras analisadas.
J� a escolha do pre�o fora do hor�rio de ponta, ou seja, excluindo o per�odo de tr�s horas di�rias no qual a tarifa � mais cara, � explicada porque � nesse hor�rio em que as empresas de m�dio porte ficam mais dependentes das distribuidoras. No hor�rio de ponta, quando o pre�o � mais alto, muitas dessas empresas recorrem � compra de energia de outras empresas ou � autogera��o.
Os dados, considerando 31 distribuidoras que atendem mercados com mais de 1 TWh/ano (um tera-watt-hora por ano), deixam evidente a mudan�a de cen�rio nos pre�os a partir de 2014. Se at� o ano passado 21 das 31 (67,7%) principais distribuidoras do Pa�s apresentavam varia��o de pre�os abaixo da infla��o, situa��o explicada principalmente pela redu��o das tarifas promovidas pelo governo federal em 2013, a partir dos reajustes deste ano, a situa��o se inverteu. Ao considerar aumentos anunciados at� o m�s passado, 21 das 26 distribuidoras (80,8%) reajustaram os pre�os acima da infla��o acumulada.
O Estado de S. Paulo.