
O resultado abaixo do esperado do IPC-S de outubro leva a crer que o �ndice encerrar� o ano em 6,3%, segundo a Funda��o Getulio Vargas (FGV). O �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou o m�s passado com uma alta de 0,43%, inferior � mediana de 0,45% calculada pelo AE Proje��es e tamb�m � expectativa de 0,50% do pesquisador Paulo Picchetti, da FGV.
A proje��o de Picchetti para o IPC-S do ano e tamb�m para os resultados dos meses de novembro (0,40%) e dezembro (0,60%) n�o considera um aumento dos combust�veis ainda neste ano. Apesar de esperado por muitos, o reajuste ainda � incerto tanto em rela��o ao tamanho quanto ao momento.
Picchetti explica que calculou o efeito de um reajuste estimado de 5% dos combust�veis ainda neste ano sobre o IPC-S. "S� o impacto direto aumentaria em 0,15 ponto porcentual o �ndice no ano. Sem falar, no impacto indireto, que ocorre sobre as tarifas de �nibus, no t�xi, entre outros itens", diz o pesquisador.
Ele afirma que a infla��o de outubro e, consequentemente, a reafirma��o da proje��o para o ano podem ser interpretadas de duas formas: uma positiva e outra negativa. A positiva entende que a varia��o veio menor que o esperado. A negativa compreende que, pelo quinto ano consecutivo, a infla��o vai estar acima e distante do centro da meta, entendendo que o comportamento do IPCA segue tend�ncia semelhante � do IPC-S.
Vil�o para muitos investidores, dada a sua volatilidade no m�s de outubro, o c�mbio n�o causou impacto t�o forte no �ndice, segundo o pesquisador da FGV. Picchetti afirma que � fato que o d�lar comercial mudou de patamar neste ano. Apesar disso, mesmo os itens mais suscet�veis � varia��o da moeda americana, os chamados comercializ�veis, oscilaram pouco neste ano. "O grupo como um todo oscilou de uma varia��o de 2,50% para algo como 3,20% e j� est� abaixo dos 3% agora", diz Picchetti. Os comercializ�veis variaram 2,93% no acumulado de 12 meses encerrados em outubro. Os industrializados seguem comportamento semelhante. Variaram 2,92% no mesmo per�odo.
O pesquisador salienta que os pre�os administrados s�o os que mais pressionam a infla��o em 2014. Subiram 12,64%, puxados por eletricidade residencial (7,75%) e aluguel (5,84%). "E eles devem continuar subindo", diz Picchetti. No m�s de outubro, a maior contribui��o negativa para o �ndice partiu do grupo Alimenta��o (de 0,57% para 0,49%). Nessa classe de despesa, os itens de leite e derivados surpreenderam com uma defla��o de 0,31%. "Sabemos que a seca no Estado de S�o Paulo afeta os pre�os dos alimentos in natura, mas � dif�cil isolar essa vari�vel e entender exatamente o impacto sobre a infla��o", diz Picchetti.
Apesar de S�o Paulo ter o maior peso no �ndice (27,89%) em rela��o �s outras seis capitais, o programa de descontos da companhia de �gua e esgoto no Estado, a Sabesp, n�o tem contribu�do para que a infla��o da tarifa de �gua e esgoto permane�a no campo negativo. Em outubro, o item oscilou +0,80%. O dado exige cautela ao ser lido. O aumento n�o significa que o paulista consumiu mais �gua em outubro, porque a Sabesp divulga os dados de consumo com um m�s de defasagem. "Ou seja, sabemos quanto custou a tarifa em outubro, mas saberemos o tamanho do desconto dado ao consumidor somente em novembro", diz Picchetti.