O Banco do Brasil e o Bradesco deram mais um passo para ampliarem a parceria com a cria��o de uma nova empresa, desta vez focada em microcr�dito. Batizada de Movera, foi desenvolvida para orientar, prospectar e acompanhar microempreendedores na tomada de linhas espec�ficas de cr�dito. A companhia nasce com uma carteira de R$ 70 milh�es e um projeto piloto de cerca de 60 mil contratos.
O objetivo da Movera � alcan�ar 1,5 milh�o de financiamentos nos pr�ximos tr�s anos a contar do final deste m�s, quando inicia suas opera��es, afirma Osvaldo Cervi, atual presidente da Ibi Promotora, adquirida pelo Bradesco, e que vai comand�-la. A empresa j� tem aval do Banco Central, do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) e do Minist�rio do Emprego, aguardando apenas a conclus�o do registro na Junta Comercial para atuar.
O potencial em volume financeiro de microcr�dito, de acordo com Cervi, vai al�m dos R$ 2 bilh�es. Com t�quete m�dio entre R$ 1,2 mil e R$ 15 mil, os contratos s�o em sua maioria (85%) do BB. Os outros 15% v�m de neg�cios novos que j� est�o sendo prospectados pela Movera, conforme o executivo.
No radar, est�o companhias com faturamento de R$ 20 mil a R$ 120 mil por ano, como pequenos com�rcios, creches, mercearias. N�meros do Sebrae mostram que minimercados ou mercados de vizinhan�a cresceram 64% nos �ltimos cinco anos. Os microempreendedores individuais, segundo dados do Portal do Empreendedor, somam mais de 4,5 milh�es, o que comprova o potencial gigantesco deste segmento.
“O foco da Movera s�o neg�cios bem pequenos. Queremos estimular as pessoas a crescerem, orientando sobre a tomada de cr�dito. O trabalho dos agentes da Movera ser� mais do que oferecer cr�dito, mas acompanhar como est�o sendo alocados os recursos tomados”, diz Cervi, em entrevista exclusiva ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado.
Ser�o no total 100 funcion�rios, sendo a maioria agentes de cr�dito. A ideia de Bradesco e BB � contrat�-los, principalmente, nas comunidades, formando pessoas que j� conhecem a realidade local e ainda contribuindo para a gera��o de empregos. A Movera vai atuar no Brasil inteiro, mas inicia, ao final de novembro, um projeto piloto em S�o Lu�s do Maranh�o, Curitiba, S�o Paulo, Porto Alegre e Bras�lia. Esse trabalho, segundo o executivo que vai comandar a nova empresa, vai at� metade de 2015.
Outros produtos
A porta de entrada para os clientes ser� o microcr�dito, geralmente, com foco em capital de giro. No entanto, no futuro, o leque da Movera dever� crescer e abranger outros produtos como cart�es e microsseguros. “A maioria dos microempreendedores tem com�rcio, portanto, � natural a inser��o do cart�o, levando-o para locais onde ainda n�o � aceito e contribuindo para gerar mais neg�cios para este p�blico”, afirma Raul Moreira, diretor de Cart�es do BB.
A Movera vai atuar inicialmente explorando a base do Banco do Brasil, com carteira de quase R$ 1 bilh�o e mais de R$ 4 bilh�es em desembolso desde setembro de 2011. O diretor de Micro e Pequenas Empresas do BB, Adilson do Nascimento An�sio, explica, contudo, que a empresa n�o atuar� no formato exclusivo e poder�, no futuro, captar neg�cios para outros bancos como, por exemplo, para o Bradesco, cuja carteira � de R$ 742 milh�es.
Calote
Em rela��o � inadimpl�ncia deste segmento, Cervi destaca a import�ncia da an�lise de risco, o que considera um trabalho “minucioso” e que tem de ser feito com “bastante cuidado”. “O microcr�dito n�o pode ter inadimpl�ncia alta porque a opera��o pode dar preju�zo”, admite o executivo.
� para se proteger de um aumento dos calotes que os bancos formam equipes focadas em orienta��o e oferta de microcr�dito. Isso porque essa opera��o � vista mais como uma atua��o de inclus�o social do que rent�vel. O Ita� Unibanco, por exemplo, atua por meio da Microinvest com mais de 100 pessoas dedicadas � opera��o de microcr�dito. A carteira soma R$ 360 milh�es. O Santander, com R$ 285 milh�es em saldo, optou por trabalhar com o modelo de Microcr�dito Produtivo e Orientado (MPO). A Caixa Econ�mica Federal criou a Caixa Crescer como um canal complementar. Sua carteira ativa soma mais de R$ 685 milh�es.