(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Nova equipe econ�mica aposta em arrocho para colocar as contas p�blicas no azul

Joaquim Levy, do Minist�rio da Fazenda, Nelson Barbosa, do Planejamento, e Alexandre Tombini, reconduzido ao Banco Central anunciam necessidade de cortar gastos para equilibrar finan�as. Meta � poupar 1,2% do PIB em 2015 e 2% nos dois anos seguintes


postado em 28/11/2014 06:00 / atualizado em 07/05/2015 19:19

Alexandre Tombini no Banco Central, Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa no Planejamento: esforço para retomar confiança dos investidores(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)
Alexandre Tombini no Banco Central, Joaquim Levy no Minist�rio da Fazenda e Nelson Barbosa no Planejamento: esfor�o para retomar confian�a dos investidores (foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

Bras�lia – Numa cerim�nia que durou menos de 20 minutos, os tr�s principais nomes da nova equipe econ�mica foram anunciados ontem sem qualquer surpresa. Joaquim Levy, no Minist�rio da Fazenda, Nelson Barbosa, no Planejamento, e Alexandre Tombini, reconduzido ao Banco Central, fizeram pronunciamentos breves e, rapidamente, desconstru�ram o discurso de campanha da presidente Dilma Rousseff, que, talvez por isso, tenha optado em n�o participar do an�ncio oficial. O roteiro foi exatamente o esperado pelo mercado financeiro, portanto, quem pode se surpreender s�o as fam�lias brasileiras. A promessa � de um arrocho de mais de R$ 50 bilh�es, com um profundo corte de gastos, no qual nem programas sociais ser�o poupados, e aumento de juros e impostos.

Com uma postura altamente t�cnica, sem sequer cumprimentar os colegas de mesa como rege o protocolo pol�tico, Joaquim Levy iniciou seu discurso afirmando que “mais do que uma honra � um privil�gio” suceder Guido Mantega, o mais longevo ministro da Fazenda no per�odo democr�tico. Contudo, deixou claro que n�o pretende rezar pela mesma cartilha do seu antecessor. “O objetivo imediato do Minist�rio da Fazenda � estabelecer uma meta de super�vit prim�rio para os tr�s pr�ximos anos compat�vel com a estabiliza��o e decl�nio da d�vida bruta do governo em rela��o ao Produto Interno Bruto (PIB)”, afirmou.

Levy disse que ser� necess�rio o governo economizar, pelo menos, 2% do PIB para pagar os juros da d�vida. Mas admitiu que isso n�o ser� poss�vel ainda em 2015. “A melhora de super�vit prim�rio alcan��vel n�o deve nos permitir chegar aos 2% no ano que vem. Portanto, vamos trabalhar com a meta de 1,2% do PIB em 2015. Mas ela n�o ser� menor do que 2% em 2016 e 2017”, assinalou.

“O Minist�rio da Fazenda reafirma o seu compromisso com a transpar�ncia de suas a��es”, prometeu Levy, ressaltando que isso � fator indispens�vel para o exerc�cio eficiente da pasta. “A redu��o da incerteza em rela��o aos objetivos e resultados das a��es do setor p�blico � um ingrediente importante para a tomada de risco pelas empresas, trabalhadores e fam�lias brasileiras. Essa confian�a � a mola para cada um de n�s nos aprimorarmos e o pa�s crescer”, defendeu.

O economista que vai comandar os cofres p�blicos nos pr�ximos quatro anos admitiu, ainda, que a taxa de poupan�a no Brasil tem sido baixa e sugeriu que � chegada a hora de todos os brasileiros economizarem mais, dinamitando a matriz econ�mica de Mantega, que focou o consumo e o expansionismo fiscal. “Nossa prioridade tem que ser o aumento dessa taxa de poupan�a. Para isso, o governo federal dar� o exemplo, aumentando o super�vit prim�rio, e contribuindo para que os outros entes da federa��o, as empresas e as fam�lias sigam o mesmo caminho, tornando poss�vel fortalecer nossa capacidade de investir e crescer”, pontuou.

Sem surpresas

Segundo a se pronunciar, o indicado para o Minist�rio do Planejamento, Nelson Barbosa, foi bastante pol�tico, cumprimentou a todos, e refor�ou o quadro de arrocho desenhado por Levy. “Trabalharei para modernizar a gest�o e reduzir o gasto p�blico”, afirmou. Barbosa alertou, contudo, que a nova equipe � de transi��o de um governo reeleito. “Portanto, n�o haver� pacotes nem surpresas”, explicou.

Mantido na presid�ncia do Banco Central (BC), Alexandre Tombini foi o �ltimo a discursar e assegurou que, com a ajuda de uma pol�tica fiscal mais conservadora, vai focar o segundo mandato na recondu��o da infla��o para o centro da meta, de 4,5%. O peso da decis�o vai recair no bolso dos brasileiros, j� que, para isso, o BC ter� que aumentar ainda mais os juros. A taxa b�sica, que passou de 11% para 11,25% ao ano em outubro, deve saltar para 11,75% na pr�xima quarta-feira, quando o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) se re�ne pela �ltima vez este ano. O presidente do BC acrescentou que a autoridade monet�ria continuar� com as interven��es di�rias no mercado de c�mbio, por meio dos contratos de swap, opera��es de venda de d�lares no mercado futuro.

Trabalho

A posse dos novos integrantes do governo est� condicionada � aprova��o da Lei de Diretrizes Or�ament�rias (LDO), o que s� deve ocorrer na ter�a-feira que vem. No entanto, o novo time come�a hoje a despachar no terceiro andar do Pal�cio do Planalto e o pa�s passa a ter duas equipes econ�micas: a que vai, efetivamente, mandar a partir de agora e outra que s� vai assinar os atos at� o fim do ano. Os futuros protagonistas defenderam uma postura de maior rigor, transpar�ncia fiscal e controle da infla��o e, com o claro objetivo de resgatar a confian�a de investidores e empres�rios, colocaram fora toda a pol�tica econ�mica desenvolvida no primeiro mandato de Dilma.

Um assessor do Pal�cio do Planalto garantiu que os futuros ministros Levy e Barbosa devem mudar os principais secret�rios e assessores para dar uma nova cara aos minist�rios. “A Fazenda deixar� de ter dois senhores (numa alus�o a Mantega e Arno Augustin, secret�rio do Tesouro) para ter um �nico chefe”, afirmou. No Planejamento, onde as coisas demoravam a acontecer porque tudo passava pela titular Miriam Belchior, o novo ministro tender� a descentralizar os processos para que a pasta deixe de cuidar apenas do or�amento. “Eles ter�o liberdade para escolher as equipes”, acrescentou o assessor.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)