A alta do d�lar e o aumento esperado de pre�os administrados (como energia e combust�veis) dever�o manter a infla��o acima do centro da meta de 4,5% em 2015, avaliou o Banco Central (BC) na ata da reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), divulgada hoje. Para a autoridade monet�ria, a infla��o come�ar� a cair no pr�ximo ano, mas em ritmo lento, s� devendo convergir para o centro da meta a partir de 2016.
Na semana passada, o BC elevou a taxa Selic – juros b�sicos da economia – para 11,75% ao ano. A taxa � o principal instrumento de controle da infla��o, porque o aumento dos juros b�sicos encarece o cr�dito e desestimula o consumo. A redu��o da demanda impede reajustes de bens e de servi�os e, em tese, pode at� provocar a redu��o de pre�os.
De acordo com o BC, a intensifica��o do aperto monet�rio foi necess�ria porque o c�mbio e os pre�os administrados, como os da gasolina, est�o provocando um ajuste de pre�os relativos na economia. Al�m disso, o reajuste esperado de tarifas p�blicas, como �gua, energia e transportes, exigir� maior esfor�o do Banco Central.
“Para o Copom, o fato de a infla��o atualmente se encontrar em patamares elevados reflete, em parte, a ocorr�ncia de dois importantes processos de ajustes de pre�os relativos na economia – realinhamento dos pre�os dom�sticos em rela��o aos internacionais [alta do d�lar] e realinhamento dos pre�os administrados em rela��o aos livres. O Comit� considera ainda que, desde sua �ltima reuni�o, entre outros fatores, a intensifica��o desses ajustes de pre�os relativos na economia tornou o balan�o de riscos para a infla��o menos favor�vel”, destacou a ata do Copom.
O BC manteve a estimativa de que os pre�os administrados subir�o 5,3% em 2014 e 6% em 2015. Para 2016, por�m, a autoridade monet�ria elevou a proje��o de 4,9% para 5,2%.
Em novembro, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a infla��o oficial do pa�s, somou 6,56% no acumulado de 12 meses. Pelo quarto m�s seguido, o indicador est� acima do teto de 6,5% do sistema de metas de infla��o, que estabelece meta de 4,5% mais dois pontos percentuais de toler�ncia. A meta, no entanto, s� vale para anos fechados. O mercado e o Minist�rio da Fazenda acreditam que a infla��o encerrar� 2014 abaixo do teto de 6,5%.
Sem citar n�meros, a ata do Copom informou que a infla��o iniciar� “um longo ciclo de decl�nio” em 2015. Mesmo assim, o �ndice oficial de pre�os dever� se manter “relativamente est�vel” no pr�ximo ano. Somente em 2016, o IPCA “entrar� em trajet�ria de converg�ncia”, caindo em dire��o ao centro da meta. Mesmo assim, o pr�prio Copom projeta que o �ndice continuar� acima de 4,5% no acumulado de 12 meses nos tr�s primeiros trimestres de 2016.
Apesar das press�es sobre a infla��o, o Copom informou que deve ser cuidadoso em rela��o a novos reajustes na taxa Selic. Isso porque uma alta muito forte nos juros b�sicos deprime a produ��o e o consumo, piorando as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no pa�s) em 2016. “O Comit� avalia que o esfor�o adicional de pol�tica monet�ria tende a ser implementado com parcim�nia”, destacou o texto.
Para o Banco Central, o corte de gastos pelo governo e das ajudas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) podem permitir a alta menor dos juros ao diminu�rem a quantidade de dinheiro em circula��o na economia. “O balan�o do setor p�blico tende a se deslocar para a zona de neutralidade, al�m disso, [o Copom] pondera que n�o se pode descartar migra��o para a zona de conten��o fiscal”, ressaltou a ata.
“O Comit� considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concess�es de subs�dios por interm�dio de opera��es de cr�dito; al�m disso, atribui elevada probabilidade a que a��es nesse sentido sejam implementadas no horizonte relevante para a pol�tica monet�ria.”