A Caixa quer implementar um novo modelo para mudar o processo de decis�o dos membros do comit� de investimento do bilion�rio FI-FGTS, o segundo maior investidor de infraestrutura do Pa�s, atr�s apenas do BNDES. O comit� � palco de disputas pol�ticas que travaram neste ano aportes do fundo, que usa o dinheiro dos trabalhadores. A �ltima reuni�o de 2014 est� marcada para a pr�xima semana.
O Estado apurou que a Caixa, respons�vel pela administra��o do fundo, pretender criar uma pontua��o pr�via dos projetos que t�m interesse em receber recursos do FI-FGTS com base em crit�rios como o setor econ�mico, a regi�o do pa�s, a gera��o de empregos. A metodologia deve permitir tamb�m uma descentraliza��o da aplica��o de recursos em algumas atividades em detrimento a outras. Por exemplo: a �rea de energia recebeu muito mais aporte nos �ltimos anos do que saneamento. Seria uma forma de qualificar os projetos para que eles tenham uma tramita��o acelerada no comit�. O fundo pode aplicar os recursos de duas formas: comprando d�vidas ou participa��o acion�ria.
Fundo travado. Neste ano, o FI-FGTS tinha sinal verde para aplicar o volume recorde de at� R$ 10 bilh�es - o que representaria grande incremento � carteira de R$ 31,5 bilh�es. A previs�o foi feita com base na necessidade de financiamento estimada em R$ 200 bilh�es �s empresas que ganharam as concess�es oferecidas pelo governo federal.
No entanto, desde janeiro, o comit� (com 12 indica��es - seis do governo, tr�s dos trabalhadores e tr�s dos empregadores) aprovou apenas um relat�rio final de aporte de R$ 630 milh�es � concession�ria CCR - que tem como acionistas Andrade Gutierrez, Camargo Corr�a e Soares Penido - para recupera��o da Rodovia Presidente Dutra, que liga S�o Paulo ao Rio de Janeiro.
Antes de passar pelo crivo do comit�, as propostas de investimento do fundo passam por an�lise t�cnica da Caixa. O banco tamb�m contrata assessorias externas. Quando o projeto chega nas m�os dos membros do comit�, por�m, as justificativas para adiar a vota��o nem sempre tem o mesmo rigor t�cnico e muitas vezes s�o fruto de press�es pol�ticas. Nenhum integrante tem poder para aprovar uma proposta sozinho - s�o necess�rios nove votos dos 12 membros -, mas eles conseguem paralisar as vota��es e atrasar a libera��o de recursos.